Eu tinha um post quase pronto para colocar aqui, mas aí... bem, aí, não postei. Mas quem deveria lê-lo, leu, mesmo que só parte dele, e no rufar dos tambores, realmente acho que foi melhor assim.
O fato é que o fato de se tentar escrever sobre dois fatos, ao mesmo tempo, pode gerar um incômodo "cancelamento de fase" e aí, bem, aí... não se lê mais nada.
Os fenômenos físicos da psicoacústica também funcionam no mundo das palavras. O verbo, virado som, se propaga pelo espaço e ecoa, martelando o campo magnético ao redor da fonte, gerando a propagação das ondas sonoras. Mas, assim só se reverberam, se não emitimos exatamente um mesmo som, na fase oposta. Se acontece, as freqüências se anulam e o silêncio se espalha.
Eu escrevia sobre o meu tempo de vida. Sobre o tempo vivido e o que ainda me resta viver. Um texto pesado, canhestro, é verdade, mas que embalsamado pela presença gostosa e sedutora da mulher que me acompanha agora, virava-se pelo avesso e transmutava a energia ii em yo, ao ressaltar a importância fundamental da vida - e de se estar vivo dentro dela - como pier para que a paixão possa se atracar.
Evidente, a gente sempre se derrete quando se apaixona. Eu, aqui mesmo, já postei sobre a paixão e a origem do termo. Falei sobre a loucura que vem a reboque e que cancela todas as fases possíveis e impossíveis do nosso campo racional.
Mas, desta vez não. Há tantas experiências acumuladas, tantas coincidências novas, tantos motivos para não me entregar, que a entrega, se existe e está existindo, deixa de ter qualquer sentido bobo, idiota, passional.
Se, diante de tudo que tenho vivido, visto, vencido, empatado e perdido, uma morena sagaz e expressiva; generosa e gostosa; objetiva e sensível; disciplinada, mas ao mesmo tempo light, consegue bypassar todas as minhas blindagens, a ponto de me deixar completamente nu diante diante de uma nova perspectiva, que posso eu fazer, além de cair de joelhos e dizer: Pois então vem, completa agora o teu feitiço. Vem! Não faz essa cara de quem não tem nada com isso. Vem! Para com esse papo de o que é que eu fiz? Faça o que quiser eu me entrego mas me faça feliz... Faça o que quiser eu me rendo, mas me faça...?
A canção é pontual. O resto todo que embaralha as cartas e as distribui sem trapaça aponta para a carta da morte, como tempo de renovação e entusiasmo. Mas não um entusiasmo orgasmático, quando os oito segundos são imortais, mas não se eternizam. É um entusiasmo escorpiano, pragmático, que revela e encobre, ao mesmo tempo, que ameaça e protege, sem decifrar o enigma.
Quando a Marcia me disse que não gostara do começo, vi que o texto não faria o menor sentido, se não mudasse de direção.
Este perfil vale para o Ferro De Bog Blog e para O Caramelo Azul

- Sergio Vasconcellos
- Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
- Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
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