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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

quinta-feira, 13 de março de 2008

DORMI TARDE. ACORDEI CEDO

Dormi tarde, acordei cedo, meus olhos ardiam por falta de sono ou de um sono qualificado. Olhei para um lado, para o outro, peguei uma cueca, abri o chuveiro e deixei a água bater forte no corpo por mais de 1 hora. A cabeça doía, a saudade apertava e eu combinara descer para almoçar com o meu filho.

Meu carro continua na garagem do Rio 2 e eu continuo com o Gurgel (Chê) da Vilma, mas não dava pra ir com ele até a rodoviária de Petrô. Era um ônibus do condomínio até lá, outro de lá até a rodoviária daqui, mais um ônibus até a Tijuca e os meus olhos não paravam de pesar.

Peguei o celular e liguei para um amigo que faz serviço de transporte. Marquei às 11 e meia e aproveitei pra continuar debaixo d'água... pensando, repensando, tornando a repensar. Tudo.

Saí do box/piscina e me olhei no espelho: fisionomia cansada ou melhor, exausta. Vontade de gritar um grande FODA-SE e deixar o que resta do que falta acontecer, acontecer. Mas, no espelho, um sorriso me pegou desprevenido.

Era eu, ali, diante de mim, depois de dias e mais dias sabáticos, sem dizer uma só palavra, apenas remixando minhas músicas e criando conteúdo para o projeto que se inicia.

Faz uns vinte anos e já diziam que "Bireau" é papo furado de quem trabalha em casa e que "Projeto" é caô de desempregado. Não importa.

Eu me vi ali, diante de mim mesmo, sozinho, casa completamente zoneada, garrafas vazias, cinzeiros cheios, envelopes rasgados de Sonrisal e dezenas de leds de aparelhos ligados, além de uma dor de cabeça daquelas de porre de conhaque.

Eu saí na noite de ontem, sim, mas não bebi quase nada. Apenas uma caipira de vodka e Pepsi Light. Foi isso!!! A Pepsi Light!!! Bem-feito!!! Quem manda beber Pepsi?

Olhei de novo e eu ainda estava lá. Sorriso irônico, sarcástico, mordaz e implacável. Era eu comigo e ninguém mais.

O olhar se desviou uns centímetros e o pensamento viajou: caraca! Eu já vivi pra cacete. Já vivi muito. Fiz coisa pra caramba, viajei, namorei, casei, ajudei a fazer um filho lindo e maravilhoso, comi muita lagosta, camarão, empresa bacana, carro de luxo, Barollos em caixas, morenas doces, loiras rebeldes, ruivas encandescentes, Perrier às dúzias, o que eu esperaria a mais?

Uma mulher para envelhecer comigo, ao meu lado, achando Dylan o máximo, interessada nos meus comentários sobre os riffs do Keith Richards?

Isso não existe. Alianças não existem. É tudo ficção ou fixação científica.

Escrevo com dor de cotovelo? Não. Mas escrevo meio chapado, atordoado ainda com uma notícia que tive ontem, sobre a saúde de uma pessoa nem tão próxima, mas com a devida aliança no dedo, um marido a tira-colo, mas frustrada por não ter com quem conversar depois da transa noturna e dilacerada por uma necessidade urgentíssima de desabafar.

Depois de uma noite de Bossas-Velhas e MPB da mais barata, deixei a minha amigona Vilma em casa, tomei o rumo da minha e quando cheguei não quis fazer, ler nem pensar em nada. Apenas deitei e tentei dormir.

É complicado ver que a vida não é fiel a você, mesmo quando você faz tudo direitinho. E mais complicado ainda conseguir dizer na cara de uma pessoa frágil e fragmentada, por dentro e por fora, que não acredito mesmo no ser-humano ou melhor, que eu tenho certeza de que o ser-humano foi uma criação que não deu certo.

Meus amigos continuam comigo, eu os amo a todos, acredito na pessoa A, na pessoa B, na pessoa C, mas no ser-humano, na raça-humana, não rola.

Entrei no carro, desci a serra, cheguei pontualmente à casa da mãe do meu filho, sentei-me à mesa, comi bem, bebi Coca-Cola e depois fui ajudar o meu ex-sogro a transformar vídeos do YouTube em DVDs.

Claro que eu não sabia como. E claro que consegui.

Estou, agora, na casa de mais uma outra grande amiga: a Christina. Eu estou, mas ela não está.

Aproveito o tempo para colocar alguns scraps em dia e para desejar a todos os meus votos de melhoria geral. E, se estiver todo mundo bem, eu proponho que os votos sejam repassados à raça humana.

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