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Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

sábado, 15 de março de 2008

"It's our show: 54 trucks on the road!"

Parece que é verdade. A indústria fonográfica quebrou mesmo. Como a América do Norte, nada resiste eternamente a desmandos e caprichos de quem está no poder.

E agora? Agora, ninguém sabe. Pelo menos ainda ou por enquanto. Há quem diga que CDs, DVDs e dólares valem tanto quanto um livro do Veríssimo. Ou tanto quanto um LP da Xuxa.

É (não) pagar para ver, sem o luxo de poder esperar a solução que de alguma forma virá. Afinal de contas, a música continua e os EUA não vão fechar as portas tão cedo quanto alguns imaginam.

A diferença, me parece, está na postura cooperativa do primeiro mundo em relação à economia norte-americana. Grandes bancos do Canadá e da Europa já decidiram liberar empréstimos - investimentos - trilhonários, para salvar o Bush e a sua sede insaciável de manter a guerra a qualquer custo.

A pergunta é: por que?

A resposta é: porque sim.

Porque a quebra do maior império econômico do planeta só beneficia diretamente os paises pobres, em desenvolvimento, nivelando a economia global por baixo e quem está por cima, detesta essa idéia.

O Brasil, pra variar um pouco, fora de todos os eixos, continua merecendo o apelido de 'Belíndia', um cruzamento satânico de Bélgica com Índia, e sai perdendo/ganhando, seja qual for o resultado da encrenca. Isso é a cara do Brasil, que é a cara do PT, que é a cara do Zé Dirceu.

O primo pobre do meu texto, a indústria fonográfica, não encontrou a mesma solidariedade e amarga perdas e danos incalculáveis. E não há saída, porque o futuro é irreversível e a tecnologia do futuro chegou ao presente, ou melhor, ao passado, pelo menos uns vinte anos atrás.

O som digital é o Bush do CD. Quando lançado, na década de 80, eu já sabia que ali estava o fim da era "disco". Não exatamente ali, no lançamento do CD, mas quando ouvi o primeiro DAT a fazer cópias digitais, uns poucos anos depois.

Quem pariu o "bush", que embale o "bush".

A música digital não foi boa pra ninguém. A não ser para os artistas que não tinham acesso a uma gravadora.

O PRO-TOOLS, o MAC e logo atrás o PC, democratizaram o direito de fazer música gravada e aí, sem dó nem piedade, a Internet fez o resto do serviço, derrubando as duas torres gêmeas.

Então fica assim: o Bush é a tecnologia digital e a Internet, o Bin Laden.

E como na vida real, ambos estão associados e dispostos a ir às últimas conseqüências.

Já o papel dos bancos ninguém ainda se aventurou a fazer, porque o Dólar ainda pode valer, de novo, bem mais do que um CD furado.

Quando ainda não havia o rádio nem o fonógrafo, as Editoras não eram editoras, mas veículos. Através delas é que as partituras viajavam conduzindo a música, divugando artistas e possibilitando maiores audiências.

Será que o cachorrinho do gramofone, que simbolizava a "voz do dono" está começando a correr atrás do rabo?

Bob Dylan não desce do palco há quase 20 vinte anos e, "Forever Young", aos 40 anos de 'carreiras' e de estradas, o nosso lendário Mick Jagger olha pela janela do escritório para o galpão abarrotado de enormes carretas, contendo palcos, luzes, cenários e efeitos e sorri como uma criança:

"It's our show: 54 trucks on the road!".

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