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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

UNITED BREAKS GUITARS

Acho que a pior coisa que pode nos acontecer é perder o prazer por alguma coisa que a gente, até então, gostava muito. Pode ser qualquer coisa, objeto, pessoa, bicho, não importa. Seja lá o que for, enquanto a gente tem prazer, tem vontade e enquanto tem vontade: faz.

E só quem faz, acontece. O mundo está cheio de exemplos de pessoas ricas e bem-sucedidas, cujas fortunas foram feitas à base de muito prazer. Normalmente os chefes de cozinha que se tornam famosos dão como receita do sucesso, o prazer de cozinhar. Claro que há os pragmáticos e os cartesianos, mas estes nunca me interessaram.

O meu prazer é pela música. Aliás, pelas mulheres e pela música, nesta ordem.

Mulheres que me dão prazer, sempre me deram muito prazer. E não me refiro, aqui, machísticamente falando, apenas ao prazer carnal, do sexo ou da aventura. Falo do prazer de se estar junto, de sentar pra conversar, pra bolar uma festa, elaborar um projeto ou simplesmente jogar conversa fora numa mesa de bar, na minha casa, na casa dela ou na casa de alguém.

O meu prazer está sempre, de alguma forma, ligado à inteligência, à capacidade de interação num grau interessante. Seja da mulher, do animal, da música, do livro, do filme, do quadro, da aula, do que for. Em certos casos, chamam isso de sinergia. Pode ser. Eu acho um nome legal.

A contra-partida, no entanto é, pra mim, com certeza, a coisa mais chata do mundo. Estar com uma mulher que não tem o que dar, o que dizer, o que trocar é insuportável. Não me vejo a beijar, namorar, pegar, levar em casa, deitar, levantar ao lado de uma mulher que não me dá o prazer de uma grande sacada.

Assim escolho minhas mulheres e minhas músicas preferidas. Por trás de ambas sempre há alguma coisa peculiar, exclusiva, autoral.

Tenho ouvido muito poucas coisas interessantes na música brasileira. Eu não diria nada, porque sempre há alguma coisa bacana no meio das porcarias, mas é muito pouco. Mesmo no panorama internacional não tenho encontrado quase nada vibrante, que me faça levitar, como me fizeram Dylan, Stones, Beatles, Keith Jarrett, Eels, Os Mutantes, Walter Franco, Luis Tatit...

Cheguei a me achar velho, desgastado, ultrapassado para entender e gostar de novidades como... Maria Rita. Não sei por que, mas a Maria Rita tem um quê de brega e de Clara Nunes que mexe comigo. Ela não faz o meu tipo, não é elegante, tem cara de filha da Elis Regina e coisa e tal, mas ela... deixa pra lá.

Eu achei que tivesse perdido o prazer pela música. Não pela novidade nem pela antigüidade: por tudo junto. Nem o Bolero, de Ravel, me arrepiava mais. Sei lá. são dezessete mil e oitocentas canções no meu iPod e ainda não entraram as discografias do Bowie, do Gong, do Peter Gabriel e do NIN. Deve ser por isso.

Mudaram as músicas? Claro que não. Mudei eu. Descobri, anteontem, ao tomar conhecimento - via Twitter do meu amigo Carlos Mayrink - do caso do músico canadense Dave Carroll, líder da banda 'Sons Of Maxwell', que teve seu violão quebrado, em viagem aérea pela United Airlines, em 2008. Depois de um ano tentando fazer com que a empresa aérea americana reconhecesse e reparasse o erro, sem retorno, ele resolveu transformar o prejuízo em sucesso e compôs uma canção genial, chamada "United breaks guitars". Em 24 horas, o Youtube recebeu mais de 25 mil cliques e hoje a marca chega à casa dos 6 dígitos. A Taylor, fabricante do violão de Carroll veio a público hipotecar-lhe solidariedade, músicos de todo o mundo resolveram boicotar a empresa e a United caiu na real. Mas agora é tarde.

Corri para ouvir a canção. Um country, tipicamente can-am, melodia pop e, ao mesmo tempo, transcendental. O refrão é perfeito. O clip é criativo, simples, mas desce redondo. A ficha caiu.

Descobri, ali, que eu não havia perdido o prazer pela música, mas, que ela, a música, deixara de ser, em mim, apenas música, tornando-se, mais, veículo de comunicação de uma grande sacada, ou seja, a trilha sonora de uma grande idéia.

Mulheres interessantes e grandes sacadas são bem mais interessantes do que harmonia, melodia e ritmo.


UNITED BRAKES GUITARS - DAVE CARROLL





Atendendo aos pedidos, aqui vai a letra da canção, que descreve, em detalhes, o que aconteceu.


UNITED BREAKS GUITARS

I flew United Airlines on my way to Nebraska

The plane departed, Halifax, connecting in Chicago's "O'Hare".
While on the ground, a passenger said from the seat behind me,
"My God, they're throwing guitars out there"


The band and I exchanged a look, best described as terror
At the action on the tarmac, and knowing whose projectiles these would be
So before I left Chicago, I alerted three employees
Who showed complete indifference towards me


United...
(United...)
You broke my Taylor Guitar
United...
(United...)
Some big help you are


You broke it, you should fix it
You're liable, just admit it
I should've flown with someone else
Or gone by car


'Cause United breaks guitars.


When we landed in Nebraska, I confirmed what I'd suspected
My Taylor'd been the victim of a vicious act of malice at O'Hare


So began a year long saga, of "Pass the buck", "Don't ask me", and "I'm sorry, sir, your claim can go no where".
So to all the airlines people, from New York to New Deli
Including kind Ms. Irlweg, who says the final word from them is "no".


I heard all your excuses,
And I've chased your wild gooses
And this attitude of yours, I say, must go


United...
(United...)
You broke my Taylor Guitar
United...
(United...)
Some big help you are


You broke it, you should fix it
You're liable, just admit it
I should've flown with someone else
Or gone by car


'Cause United breaks guitars.


Well, I won't say that I'll never fly with you again,
'Cause, maybe, to save the world, I probably would,
But that won't likely happen,
And if it did, I wouldn't bring my luggage
'Cause you'd just go and break it,
Into a thousand pieces,
Just like you broke my heart


When United breaks guitars.


United...
(United...)
You broke my Taylor Guitar
United...
(United...)
Some big help you are


You broke it, you should fix it
You're liable, just admit it
I should've flown with someone else
Or gone by car


'Cause United breaks guitars.


Yeah, United breaks guitars.


Yeah, United breaks guitars.

Um comentário:

  1. Interessante é você, meu caríssimo e raro. O case da United é, de fato, ótimo, o vídeo é simples e clear, a voz do cantor e a música valem o sucesso. E eu desejo boas e muitas sacadas para nós dois.
    Kisses

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