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Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

RESPOSTA A UM POST DO FALAGALERA RELACIONADO AO RACHA NO PV, DEVIDO À POSTURA DA MARINA SILVA, CONTRÁRIA AO ABORTO E AO CASAMENTO ENTRE HOMOSEXUAIS.

Paulo, eu vou escrever um pensamento meu, um post, assim como escreveria no meu blog - e talvez coloque lá -, sem o menor constrangimento.

Trata-se, portanto, de uma visão muitíssimo particular. O PC não lê, o fulano não está interessado, o beltrano prefere se calar, mas a mim pouco me importa. É o seguinte.

Eu estive, como você sabe, dentro de quase todas as denominações evangélicas - para quem não sabe - Batistas, Presbiterianos, Assembleianos, Quadrangulares, Metodistas e por aí vai.

Só não fui, e por opção, a nenhuma destas carimbadas do tipo IURD, RENASCER etc.

Nenhuma destas idas partiu de mim, mas do fato de eu ter estado por cinco anos ao lado de uma jornalista, que desempenhava o papel de editora de uma revista evangélica. Como vivíamos praticamente juntos, eu a acompanhava em quase todos os eventos e cultos.

Rola um clima esquisito. Sempre rola. Quem não é evangélico parece ser descoberto por um scanner e imediatamente começa a receber um tratamento diferenciado, que beira o assédio. A gentileza é excessiva, as palavras, os abraços, tudo é over. Basta ligar a TV nas madrugadas e perceber esse comportamento. Mas, pessoalmente é completamente diferente do que se vê na TV, porque é pessoal e porque a gente ou melhor, eu, não posso falar por mais ninguém, me sentia constantemente cooptado pelo "tráfico divino".

Embora eu não seja um cara refratário a qualquer tipo de crença, religião ou fé, e tenha, inclusive, estudado por um longo período da minha vida em colégio marista, freqüentei o Lar de Frei Luiz, conheci a Umbanda e a Magia (Branca) Portanto, entrar no mundo evangélico, além de não me trazer novidades, não me trouxe qualquer impacto artificial em relação a minha própria convicção espiritual.

Mas é inegável que se o assédio em geral incomoda até celebridades, imagine o quanto me incomodou, sendo um ímpio, um pecador, um ser secular, portanto, endemoninhado.

Mesmo um tanto o quanto blindado pela minha NAMORADA (mulher é inaceitável e esposa só se estiver casado e abençoado pelo pastor da igreja), em inúmeras situações me vi ameaçado e quase forçado a comparecer à frente da igreja, junto ao púlpito, para que o Pastor orasse por mim e expulsasse o demônio do meu corpo.

Eu não precisaria fazer muito para fazer parte do reino de Deus, apenas "quebrantar meu coração", "aceitar Jesus", me "converter" e passar a ser "dizimista". O resto todo, automaticamente, seria permanentemente varrido pra baixo do tapete. E pelo que vi e vivi, haja vassoura e haja tapete.

O fato é que, apesar da lavagem ou da tentativa de lavagem cerebral, jamais entrei em uma destas igrejas como vaquinha de presépio. Justiça também seja feita, a minha NAMORADA jamais tentou me convencer à conversão ou condicionou qualquer uma de nossas atividades a ela. A não ser o fato de que fomos NAMORADOS ao longo do tempo, o resto era feito às claras ou, pelo menos, não às escuras. É interessante, mas é verdade.

Eu poderia ter feito um dos joguinhos comuns que se fazem habitualmente para oficializar a nossa união, mas, como eu já disse, graças a DEUS, jamais me foi apresentada uma proposta destas. Eu também jamais negociaria a minha dignidade diante de um pastor que não me conhece e que eu também mal conheço, através de um mergulho.

Enfim, não tenho dúvida alguma de que se eu tivesse entrado em qualquer uma destas igrejas e tivesse realmente ouvido o chamado de Jesus, eu seria o primeiro a reunir a galera e dizer: "me converti e foda-se".

Mas não aconteceu, aliás, jamais esteve perto de acontecer.

Encontrei ao longo desta caminhada, não só no Rio, mas em diversas cidades de diferentes estados, quase sempre, variações sobre um mesmo tema, que se baseia "na Palavra". São centenas de dogmas, pressões e sentimentos de culpa, além de distorções claras dos textos bíblicos, por hora de culto.

Vi de tudo. De aprendiz de Silvio Santos, a camelô de mercado popular; passando por clone de estelionatário, picareta com bandana na testa, empresário inescrupuloso, misturados a uma meia-dúzia de gente muito boa, de bem, correta, culta e decente.

A maioria esmagadora, no entanto, é formada por gente de um nível inacreditavelmente baixo. Cheguei a fazer trocadilhos com alguns destes cultos, chamando a denominação de demonização.

Já está até fora de moda dizer isso, mas é óbvio que o diabo é o sócio majoritário de grande parte destas igrejas e que o dia que ele pedir as contas, quebra tudo.

Por tudo isso, fica muito complicado dar o meu voto a uma candidata evangélica. Além do mais, elitista ou sectarista como eu não me acho, mas dizem que sou, confesso que não encontro na nossa querida Marina Silva, um perfil minimamente adequado para ser a mandatária suprema do Brasil. Assim, exatamente, como me envergonho profundamente da figura - não física, nem dele e nem dela - emblemática do pobre que chegou lá, do perseguido político que deu a volta por cima ou do sindicalista que anda de jato presidencial. Tudo bulshit, na minha opinião.

Há um revanchismo maldoso impresso no DNA dessa galera toda. Mas, assim mesmo, eu vi na Marina Silva uma pessoa com uma característica muito rara, na vida pública brasileira, de hoje em dia: dignidade. Além me parecer uma pessoa culta e preparada, a Marina me passa esta dignidade.

Assim, mesmo no mesmo saco dos Crivelas, das Rosinhas e dos Garotinhos, declarei meu voto à Marina.

Mas não acaba aí. É claro que a dignidade é condição 'sine qua non' para o cargo, mas não é tudo. Então, simplesmente olhei para as opções que tinha e concluí o seguinte: no Serra, não voto sob nenhuma hipótese. Não acredito em uma única vírgula, em uma única pausa do discurso dele, seja qual for; além do mais, o cara não nasceu para isso, talvez devesse se candidatar à presidência do Palmeiras, não sei, mas jamais à presidência da república. Ele não tem o mínimo carisma para liderar uma nação, quanto mais um país.

Não vou gastar meu tempo com a Dilma e considero o Cyro Gomes uma palhaçada tão bizarra quanto o Aécio Neves. Aliás, o Aécio vai morrer fazendo o papel do líder nacional que teria sido, se fosse, mas nunca foi e me parece que nunca será.

A Marina, apesar de evangélica xiita, ainda se mostra a mais equilibrada, embora não vá mudar nada no resultado das eleições.

Quanto ao fato de ser contra ou favor do aborto, essa é uma discussão muito abstrata. Tenho ouvido quase sempre o mesmo argumento a favor. Este argumento se baseia na segurança e na saúde das mulheres que sofrem o aborto em clínicas clandestinas. Entendo. Dizem que legalizando, o aborto será realizado com todo o cuidado e não mais de qualquer maneira, em fundos de quintal.

Esse, entretanto, não é o ponto que deve ser discutido. Afinal de contas, descriminalizar o aborto não é uma questão política e sim uma situação legal. O Executivo, pelo menos que eu saiba e tenha estudado, não elabora as leis. A questão deve ser dirigida à mudança da legislação penal.

Não vou discutir aqui o lado jurídico, mas desço do muro e digo que, hoje, com a atual legislação, o aborto é relativamente ilegal, posto que há situações específicas nas quais sua prática é legal. Mas isso é outro papo.

Se querem o aborto, que lutem pela reforma do judiciário.

Por outro lado, assim como sou contra e ela é contra, a Dilma deve ser a favor e tudo bem.

O problema que ainda atrela o Brasil à ditadura é o "patrulhamento ideológico" vigente em todos os setores civis e militares. O estigma, no Brasil, muitas vezes têm força de lei. E com isso não concordo.

Já em relação ao casamento homosexual, resume-se a uma questão religiosa e, no Direito Civil, pertence, principalmente à vara de sucessões. Respeito a postura da Marina  e faço questão que respeitem a minha. Eu, particularmente, acho que devem permitir inclusive casamentos entre pessoas e árvores, animais, peixes, bonecas infláveis e até imóveis.

Absolutamente nada contra, desde que, é claro, eles se amem verdadeiramente.

Um comentário:

  1. Pô cara, me desculpe, mas esta tua visão sobre o povo evangélico é completamente equivocada, voce generalizou e toda generalização e extremamente burra. tem muita coisa boa no meio evangelico cara, maravilhosos projetos sociais, a Igreja é um refugio para milhares de pessoas. posso te dizer que a Igreja evangélica hoje é uma porta de escape para milhres de pessoas, por isso que ela cresce a cada dia, e quer voce qeira ou não ela vai continuar crescendo atése tornar maioria absoluta neste país. porque é coisa boa e ninguem corre atrás de coisa podre. quer ver podridão da um pulinho lá em aparecida do norte e vê como se comercializa a fé dos incautos, eles ganham rios de dinheiro cara. acorda mano, pelo que vejo voce ainda esta anesteziado pela religião outrora oficial mas graças a Deus a muito tempo deixou de ser. lembre-se o pior cego é aquele que não quer vê. hoje Graças a Deus a metade do povo Brasileiro jà é evangélico. e muita gente vai ter que engulir.acabou o tempo das inquisições mas o tempo das vendas de indulgencias ainda estão por ai, dá um pulinho lá ok....

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