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Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

domingo, 2 de maio de 2010

UMA ESCORPIANA COMO TODA ESCORPIANA É

Que pensamento interessante é o inédito. O que surge do nada, abstrato na forma e vazio no conteúdo. O que não revela nem insinua, mas abre a mente para a percepção do indizível. O exercício do pensar o novo é tão doloroso quanto o de desvencilhar-se do ego, da memória encardida e poluída pelos traumas, pelas frustrações, pelas perdas em geral. Pensar de forma inédita é mais ou menos como entrar em sintonia com o abstrato. Uma espécie de não-pensamento, ao melhor estilo Krishnamurti. Não se trata de algo tão óbvio que dispense a reflexão nem tão simples que aceite uma reflexão qualquer. Aliás, nem sei se o nada pensável é possível. Talvez não seja. Daí ser interessante.


Pra mim, nada mais chato que um pensamento recorrente, que por algum motivo - ou falta do que fazer - insiste em seguir martelando o prego que já entrou no buraco que ele mesmo inventara. Não sei se pensar é dar marteladas nos desejos mais secretos ou se é simplesmente gozar o orgasmo explícito diante um momento delirante qualquer. Mas sei que, seja qual for o caso, o tesão é fundamental.


Conheci há pouco uma escorpiana. Uma mulher, em princípio enigmática, que além de reunir uma quantidade inacreditável de fatores comuns aos da minha vida recente, dispõe de uma série de outros que a tornam um pensamento inédito na minha cabeça, oca de passados recentes.


Começamos a conversar por acaso. E por acaso, aos poucos, nos aproximamos pela contra-mão, ou melhor, pela alma. Houve sintonia e pronto. O resto é buraco negro. É vazio abstrato e intangível, a partir de uma geografia engraçada. Eu, se se visitasse agora, retornaria para de onde parti faz pouco tempo. E daí?


Daí que tudo é novo, é impertinente e incomensurável. Não há simplesmente hipótese ou tese que decifre o enigma do destino selado pelo Apocalipse. Nada demais. Nem de menos. O mergulho é inevitável, assim como a água gelada no fundo. Em breve o fôlego termina e será preciso voltar à tona, em nome da sobrevivência.


Por enquanto não, estou lá no fundo, de olhos fechados, deixando que a água me refresque.


Quem sabe?   

2 comentários:

  1. Sergio
    ... como uma boa escorpiana, adorei suas palavras tão curiosas inovadoras, deliciosas. Que pensamentos tão meus foram os seus. Que forma mágica de identificar-me sem que me te conhecesse.
    Faço minhas suas delicadas e cuidadosas palavras, construídas, daqui percebidas, com tanta arquitetura, tanto zê-lo. Sinto como diz.

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