Este perfil vale para o Ferro De Bog Blog e para O Caramelo Azul

Minha foto
Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

terça-feira, 19 de maio de 2009

NÃO QUERO MORRER NA CONTRA-MÃO

O caminho da volta é sempre mais curto.

Não? Se não é, pelo menos a mim me parece.

E se me parece, conforme parecia ao dramaturgo siciliano Luigi Pirandello, é.

Mas não é.

Voltar é mais fácil do que ir. Ir, demanda ação, ímpeto, vontade. Para ir-se a qualquer lugar é preciso força. Ir dá preguiça.

Voltar dá alívio.

Há controvérsias. Sempre há controvérsias. E exceções.

Ir ao supermercado é bem mais agradável do que voltar. É que a gente vai leve. E volta pesado. Não é o caminho que faz a diferença, mas o peso do tempo.

Enquanto estamos lá, vamos enchendo nossos carrinhos e esvaziando os bolsos.

Enquanto os carrinhos cheios pesarem mais do que o dinheiro no bolso, vamos ter essa sensação.

É isso. São as sensações que nos fazem imaginar que o caminho de volta é mais curto. E não o percurso.

A sensação é parceira do cérebro. A imaginação é parceira do espírito. E ambas nos induzem ao erro.

Ao contrário do que eu imagine ou sinta, do que você ou qualquer pessoa imagine ou sinta, o caminho da vida não tem volta.

Ao nascer recebemos o nosso carrinho, damos as primeiras voltas pelos corredores do supermercado do tempo, com uma diferença: não vamos chegar ao caixa.

Essa conta não fecha. E não foi feita mesmo pra fechar.

Ao longo da vida vamos acumulando tudo. De sentimentos a pensamentos; ações continuadas e descontinuadas, bens - e males - móveis e imóveis, amizades eternas e descartáveis, relacionamentos, idiossincrasias, fobias e experiências.

Viver é experimentar tudo. Quanto mais se experimenta, mais se vive. Repetir experiências, a mim me soa como pegar o próximo retorno para tentar ver o que não viu, pegar o que esqueceu.

Isso é inútil.

A mente não processa quase nada em relação ao que acontece. É, por isso, inútil voltar e tentar resgatar o que ficou pra trás.

Quando a gente volta é porque a vontade de viver é menor que a de lembrar.

Você não vai voltar no tempo. Não dá. Não vai linkar um sentimento vivido com a expectativa de vivê-lo novamente. É provável que aconteça uma aventura com os mesmos personagens.

Mas com um roteiro completamente diferente.

Outro dia eu pensei na possibilidade de a vida ter volta.

Acho que foi ao ler um texto atribuído ao cineasta Woody Allen, onde ele, com seu humor sarcástico, mas já cansado e previsível, diz que deveríamos nascer ao morrer e viver a vida toda ao contrário. Mais ou menos isso. O texto é bem melhor do que ele, o que me impede de creditar-lhe a autoria.

Puro desacato.

Deus não nos concederia o privilégio de saber de onde viemos quando morremos.


Carole Laure - canadense, linda, expressiva, sensual, talentosa, genial, precisa e preciosa.
Hoje uma senhora de sessenta e dois anos.
"Save the Last Dance For Me"


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Passaram por aqui, desde 14/12/08.