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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

domingo, 5 de julho de 2009

ENQUANTO OUÇO FEVER RAY


Madrugada fria e deserta, aqui dentro.

Lá fora não: chove.

E a chuva não pára.
As águas pesadas, que há pouco desceram a montanha, já se foram, mas o fluxo turbulento permanece, lavando e levando tudo. Alma, tristeza, sofrimento e esperança.

O ímpeto acelerado da natureza, esta noite, ao que parece, permanecerá pra sempre dentro de mim. E posso ouvir, daqui, que logo mais - nem tanto, daqui a pouco -, as margens do rio vão estar alargadas e as ruas do centro vão estar alagadas, com os bueiros entupidos.

Água e lama. Mágoa e lama. Sem trégua.

O rio não pára.

A vida não pára.

Não sei se é melhor deixar-me levar e lavar-me, seguir o rio, a vida ou apagar a luz e tentar a sorte – o sono.

Ainda assim, o telejornal insiste em passar todos os dias pelo mesmo canal, no horário de sempre, como se a rotina não fosse mortal. A comunicação, fora da WEB, se tornou tão previsível quanto desprezível, se com ela não vem a reboque, uma fatalidade capaz de sacudir o mundo.

Todo telespectador é sádico e carnívoro.

Cada pedra da margem é um anônimo passageiro a ser polido pelo fluxo da corrente.

'Like a rolling stone', vai sendo arredondada, moldada, amaciada, até perder as arestas.

Seixo: roda sem eixo, a rodar, rodar, rodar sem parar.

Minha cabeça, já quase adaptada e pronta para receber ordens e executá-las como fazem os gerentes operacionais, roda na direção incerta do acaso.

Não há mais bússola.

Jack Sparrow por mim.

Imagino o que estaria a escrever se não estivesse o céu a chover. Talvez a letra de uma nova canção. Talvez um soneto prático.

A chuva diminuiu e parou.

O rio não: continua passando.

E as ruas do centro histórico devem estar quase vazias.

Eu não: estou cheio de tudo.

Vazio.




Fever Ray - When I Grow Up

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