
A família tenta tirar uma casca da mídia, os produtores devem estar fazendo um monte de dinheiro com os direitos de broadcasting para todo o planeta, Stevie Wonder que, segundo dizem, não viu nada, tá lá pra ver se o cara 'canta pra subir'.
Como eu previa, um circo dos horrores.
Agora recebo um telefonema do Rio.
Agora recebo um telefonema do Rio.
Alguém me pergunta se a minha internet está bem de saúde, porque a dela não funciona direito. Eu perguntei por que e a resposta foi, no mínimo, interessante: ela disse que o 'show do funeral' está sendo transmitido para o mundo todo, inclusive pela Internet, e que o excesso de acessos está congestionando a Rede.
É engraçado isso, porque nasce MJ, morre MJ e a internet continua a mesma, ou seja: quanto maior o sucesso, maior o fracasso. Basta todo mundo, online, correr pra ver TV num site pra ninguém mais ver.
Continuo achando que, pelo menos por enquanto, nada substitui, nesses casos, a TV.
Isso me dá uma idéia: imaginem vocês, que eu contrate 64 profissionais caros, leiam-se competentes, entre técnicos, nerds e jornalistas, pra cobrir o funeral do MJ e transmiti-lo em live streaming aqui, no Blog.
Isso me dá uma idéia: imaginem vocês, que eu contrate 64 profissionais caros, leiam-se competentes, entre técnicos, nerds e jornalistas, pra cobrir o funeral do MJ e transmiti-lo em live streaming aqui, no Blog.
Gasto milhões e mais milhões de dólares para embarcar essa gente toda, hospedá-la e aparelhá-la pra furar a Globo, a Record e até a CNN. E aí?
Bem, aí, não consigo um só usuário de olho na telinha, porque o meu investimento, pra ter sucesso, depende do fracasso.
Com o MJ foi estranhamente o contrário: foi preciso ele morrer pra fazer sucesso de novo, claro, nas páginas não policiais.
O mundo tá virando um grande mico preto. Ou branco. Agora cinza.
E aí eu pergunto: de quem é a responsabilidade?
É do provedor?
De quem? Do 'provedor' da carreira do Jackson ou da Internet?
É do back-bone, que rebate o sinal?
É da Claro que diz que vai me colocar na velocidade do som e me deixa engessado exatamente no dia em que eu poderia me tornar um magnata das comunicações?
Ou, claro, do fracasso pessoal de Michael Jackson?
Quem devo acionar primeiro?
Quem devo acionar primeiro?
A Embratel, a France-Telecom, a Global-One, a IBM?
Os herdeiros? Quem? Investi tudo que juntei ao longo da vida, na morte deste menino, e ele não me retorna nada, nem morto?
Não, este não é o meu sentimento.
Mas demonstra claramente no que se transformou o "descanso" do "Moonwalker".
Sei que você, Virgínia, está odiando isso tudo. Que você, Tetê, está assustada com a importância quase obsessiva que estou dando a alguém que insisto em chamar de "desnecessário". Sei que você, Chris, está dando os ombros e confirmando que enlouqueci de uma vez por todas. Mas não é nada disso.
Sei que você, Virgínia, está odiando isso tudo. Que você, Tetê, está assustada com a importância quase obsessiva que estou dando a alguém que insisto em chamar de "desnecessário". Sei que você, Chris, está dando os ombros e confirmando que enlouqueci de uma vez por todas. Mas não é nada disso.
Estou querendo aproveitar o momento e inserir um ponto de reflexão. Só isso.
O maior problema do Orkut e de todos esses sites sociais é o HTML.
Essas figurinhas nefastas, esses desenhinhos caretas, essas frases feitas, os anjinhos e as flores que saltitam à toa, sem dizer nada, além de que "a nossa amizade é a maior do mundo ou que você estará pra sempre no meu coração".
Uma pessoa, outro dia, me mandou um scrap dizendo que "enviou um anjo pra vigiar o meu sono, mas que o anjo voltou, porque um anjo não pode vigiar o outro".
Se despediu mandando beijos no meu coração. Quem me conhece sabe o quanto sou romântico, carinhoso, atencioso e coisa e tal no convívio social e principalmente nos meus relacionamentos amorosos. Mas aqui é pedreira. É outro papo.
Meto a boca no trombone, porque as pessoas estão emburrecendo cada vez mais.
A maioria não pensa, se limita a "copy" e "paste", sem saber o que está causando a si mesma e à posteridade. Sinceramente, o que tenho a dizer - e digo - sobre MJ é mesmo só um convite à reflexão.
Uma forma de chamar a atenção das pessoas - e de você, em especial, que se diz iconoclasta - para o que é IDOLATRIA.
Idolatria é também o que acontece quando as pessoas fecham os olhos para a realidade e enxergam apenas o "HTML" das pessoas. É o mesmo que desperdiçar a oportunidade de crescer no pensamento e não só no sentimento.
Foi exatamente obsessão pela superficialidade o que levou o "Peter Pan" à morte.
Apesar de nunca ter encostado um dedo no meu filho - e ele tá aí, no Orkut, pra quem quiser perguntar se é verdade - não foi o fato de o pai do Michael Jackson tê-lo enchido de porrada, na infância, que fê-lo assim ou assado. Todos os dias, milhões de crianças apanham dos pais e da vida e não têm escolha.
MJ teve escolha. Escolheu não descer ao fundo do poço, para ver que não é o fim - ou não precisa ser - e emergir vivo e forte para encarar a realidade da vida de artista.
O show-bizz não respeita traumas. É movido à pressão e a compromissos que demandam obrigações não só físicas e mentais. Ser saudável, emocionalmente, é condição sine qua non para a manutenção de uma carreira.
A "máquina" lança, catapulta, mas não inclui a rede nos contratos para o momento do tombo. Saber cair é preciso.
Não foi à toa que Michael escolheu Elvis como sogrão. Foi uma escolha inconsciente, talvez, sei lá, quem sabe visando a perpetuar o reinado do pop e fundi-lo com o rock, unificando os cinturões.
Michael Jackson dançou por ser fraco. Só isso. Aos 50 anos não soube encarar os prejuízos que ele próprio se causou. Se, em vez de se deixar levar e escravizar pelos comandos alheios, como fez DYLAN, tivesse peitado tudo que não estava de acordo com a sua visão pessoal e artística, talvez - vocês que o amam - tivessem, ainda e, ainda que um Michael Jackson branco, vítima do vitiligo, um dançarino genial e um bom cantor, a lançar novas tournées e novos discos.
Sem analgésicos, sem anestésicos, sem acusações criminais e pagamentos de acordos estranhos e sucessivos, que calaram a boca de seus acusadores.
Esse mundo é torpe, Virgínia Martin, Tetê e quem mais se interessar possa. É regado à superficialidade, aditivos e excessos.
A lista da tal banda do céu está cada vez mais extensa quanto junkie, por causa desta idolatria, que transforma em ídolos, homens e mulheres completamente despreparados para a fama e o sucesso. É aí que volto a citar os outros lados desta moeda: os Paul McCartneys, os Roberto Carlos, os Pelés, os próprios Quincy Jones, os Bob Dylans, os Silvio Santos, os Fautões, claro que cada um na escala e na sua ordem de grandeza.
TODOS, eu disse TODOS os malucos, os fracos e os descontrolados, morreram ou vão morrer de over-dose. Você diriam, se deixassem seus comentários aqui, que Mick Jagger e Keith Richards continuam vivos. Sim, continuam, mas não é porque se entopem de Demerol, Morfina, Cocaína e álcool.
Ninguém, drogado, pra cima ou pra baixo, suporta uma tournée, fazendo shows com 3 horas de duração, como fazem os Stones ou Bruce Springsteen, se não estiverem limpos.
Não, por tanto tempo.
Jimmy Hendrix, Harry Nilson, Miles Davis, Jim Morrison, Kurt Cobain, Keith Moon, Brian Jones, Tim Maia, a lista, como disse, é interminável.
Dêem uma breve lida nas histórias de Carmem Miranda e Billie Holiday. A morte de MJ não passa de um repeteco.
Morrer de overdose não é moderno, não é glamouroso, não deve servir para martirizar ninguém. Doença? Sim, doença.
MJ era doente a olhos vistos e isso dispensa avaliação médica mais acurada.
Não sei como andam os Stones, hoje, agora setentões. Mas os vi de perto, por 4 vezes: 2 no Maraca, 1 na Apoteose e 1 em Copacabana e estavam ótimos, sem cirurgias plásticas, com muito fôlego, envelhecendo com o tempo e não lutando contra ele.
As drogas sempre fizeram parte do mundo e da vida das celebridades, em qualquer ramo de atividade. Freud usava a cocaína, o ópio, mas não vem ao caso. Não é esse o foco.
Eu só bebo Coca-Cola e jamais cheirei um grão de pó sequer. Entrei e saí de festas onde a droga era liberada. Nunca me fez a cabeça. Sou um libertário e não um escravocrata.
Sei que muita gente está odiando o que estou escrevendo.
Eu também.
Queria poder, em vez de escrever isso tudo aqui, dizer ao vivo, pela TV, ou melhor pela WebTV.
Para muita gente boa que anda viva por aí, o importante é continuar dançando pra sobreviver.
Mas, pra mim, não.
Retiro da obra de Jackson uma frase pra continuar martelando a cabeça de vocês.
"Don't stop, don't stop 'till you get enough."
E ainda não consegui.
Mudando de Rolls para Royce, lamentavelmente, fui censurado e apagado, no Orkut da jornalista Virgínia Martin. Aconteceu hoje, logo depois de eu ter postado mais um dos meus comentários sobre MJ e sua troupe macabra.
A ela, pois, respondo por aqui, que é meu espaço de contextualização e contestação.
"Queridíssima Martin,
já postei, uma vez, portanto postei pra você, especialmente, um trecho da letra de uma canção do Paulo Cesar Pinheiro que diz:
"você corta um verso, eu escrevo outro...".
Como pode uma jornalista censurar um texto, por mais que discorde dele?
Hein, comprida? Fala aí!
Linha editorial preconizada?
"Quem te quer tem que te enfrentar", escreveu, com o próprio sangue, na cela, um jornalista morto pela repressão militar, sobre a LIBERDADE, em 68.
E é verdade.
O crescimento interno de uma convicção não acontece com o simples cerceamento da expressão de uma opinião contrária nem através de escolhas estéticas em relação a ela.
Lembre-se do que lhe aconteceu, recentemente, no episódio do artigo escrito para o jornal gaúcho.
Ame Michael Jackson com toda a sua força, mas não crie factóides para defendê-lo de sua bizarrice.
Não julgar não é não opinar.
Como pode uma jornalista censurar um texto, por mais que discorde dele?
Hein, comprida? Fala aí!
Linha editorial preconizada?
"Quem te quer tem que te enfrentar", escreveu, com o próprio sangue, na cela, um jornalista morto pela repressão militar, sobre a LIBERDADE, em 68.
E é verdade.
O crescimento interno de uma convicção não acontece com o simples cerceamento da expressão de uma opinião contrária nem através de escolhas estéticas em relação a ela.
Lembre-se do que lhe aconteceu, recentemente, no episódio do artigo escrito para o jornal gaúcho.
Ame Michael Jackson com toda a sua força, mas não crie factóides para defendê-lo de sua bizarrice.
Não julgar não é não opinar.
E o seu depoimento na minha página é uma prova de que o exercício da liberdade é fundamental para a sobrevida de qualquer sentimento, principalmente o ideológico".
R.I.P na X.U.L.I.P.
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