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Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

RING OUT THE OLD AND RING IN THE NEW (Ding Dong - George Harrison)




"Ainda que seja tarde demais, eu prometo chegar a tempo de pelo menos dizer que valeu à pena ter feito o máximo para ir e estar aí comigo, agora.

E isso, seja aqui, lá, onde for. Eu vou assim mesmo. Não importa que eu não tenha conseguido ser pontual ou que a vida me tenha imposto barreiras de pedras e paus. Não há destino que me impeça de insistir e vou.

O mínimo que tenho a fazer é lutar pelo direito de ir, porque não faz o menor sentido desistir depois do tanto que me preparei.

E não me venham com as velhas desculpas de que não deu para me esperar. Eu não preciso delas, assim como não preciso dos tapinhas nas costas, dos afagos consoladores, das promessas de que sempre há uma segunda vez. Não, não há. A vez é única e não sou do tipo que acha que o importante é competir. O importante, aliás, a única coisa que realmente importa é ganhar.

A vitória rejuvenesce. A derrota entreva e o empate gera o câncer.

Pode ser que exista, mas não conheço quem se apegue ao equilíbrio como ferramenta para estratégica para o louro. Por isso  me faço eixo e roda, me escorro pelo traçado e faço as curvas como quem as faz pilotando um carro de rali. A vida não é para principiantes nem para amadores. A luta é transversa, portanto esqueçam vanguarda e retaguarda, porque o viés é sempre ambíguo, como a lâmina da espada.

Ainda que seja tarde, vou conferir o atraso. Vou reverter o hiato e transformá-lo em alguma coisa que ainda não sei o que é, mas que me levará de volta ao meu trono, instado aqui dentro, bem à esquerda do meu peito.

Não tenho idéia de onde e quando foi que me perdi no caminho, mas sei que não houve dolo, que não procurei por atalhos nem evitei esquinas. Se algo aconteceu, quero saber. Preciso descobrir. E por isso vou. De qualquer maneira, do jeito que der para ir e que for possível chegar.

Não, não enlouqueci, ainda. Mas é possível e até provável que aconteça, se antes de acontecer eu não conseguir me achar. E vou sozinho, porque nenhum de vocês pode me ajudar em nada, fazer nada, dizer nada. A única coisa possível de se fazer, cabe a mim. E vou fazê-la. Prometo a mim mesmo que vou. Agora.

Depois de tantas batalhas, de tantas lutas, de tantos duelos, embates, desafios, criou-se em mim um ser imortal. Um lanceiro indomável e cruel, capaz de derrotar os fortes, mas também os fracos.

Eu poderia aliviar a sua barra e dizer que não, que você é frágil, é fútil, é apenas leviana e que por isso vou deixá-la seguir em busca da paz que sempre lhe será impossível ou improvável exatamente pela sua pseuda fragilidade, pela rasa futilidade, pela sua inconseqüente leviandade. Mas não farei isso. Derramarei teu sangue para que o teu exemplo inerte em solo árido me alimente a alma e me restaure espírito, para que, ao me olhar no espelho, eu não me envergonhe por ter me curvado diante do pior de todos os sentimentos: a pena.

Executá-la em poesia me arrefece a ira, ainda que fora dela, estejas à solta, pronta para enganar o próximo como uma estelionatária sórdida e dissimulada".

Hehehe...

Este texto, extraído dos porões da minha quase insana mente é apenas um exercício. Um exercício fantástico, que aprendi com o "criativo" Nizan Guanaes, nos corredores do quinto andar, da velha Artplan, na Rua Fonte da Saudade, 329, Lagoa. É para se fazer quando se precisa criar algo realmente inédito, sem o viciado recurso do "banco de dados emocional". 

Aprendi que a primeira coisa que precisamos fazer para que o novo nos chegue por antenação é esvaziar o pote do pensamento passado. É colocando pra fora, com ou sem sentido, o que nos enche de experiências e lembrança inúteis. É, sim, assim, a única maneira de se criar contra o relógio: enlouquecendo.

No dia-a-dia da propaganda, ou você enlouquece ou não gera algo realmente criativo.

A psicanálise talvez chame isso de catarse. Não sei. Não entendo de psicanálise, mas sei que agora posso tranqüilamente me voltar para o job e iniciar o processo de criação.

Os demônios foram expulsos. Que venham os novos demônios.

Tequila evaporada. Chuva forte!

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