Ferro de Blog Blog: POEMA

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

POEMA

Não são as farpas que ferem

Não são os egos que traem

Não são os medos que punem

Não são os fracos que caem

São as atitudes que pesam

Sobre a consciência vadia

São as caravanas que passam

São os cães...de cada dia

Quisera estar onde estou

Quisera ficar mais, em paz

Quisera rever quem eu era

Quisera viver um pouco mais.

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03 DO 03 DE 03 (todo dia)
2 ASTRONAUTAS
3.116.163.1 (uma ingênua reflexão)
37 NÃO É FEBRE
8:15
AHN?
AHNK
ALAÍDE COSTA
BLUES DE GRUMARI
BRASILIS
CALMARIAS
CAMINHÃO
COMO A HARMONIA INSÓLITA DA MÚSICA DE CAGE
CROUTONS DE PETRÓPOLIS
E O VENTO LEVOU... O BARQUINHO
ECOS FOSCOS DE UM BOX
EU ENLOUQUEÇO
EU FAÇO MÚSICA POR FAZER
EU JURO
FALA SÉRIO
FIM DA RUA
FLECHA
FUI
GIN
ISSO É QUE DÓI
JANDYRA
JANE LAYER
LEMBRA? (eu tentei mudar)
MAS EU NÃO SEI DE VOCÊ
MEIO SÉCULO MAIS DOIS ANOS
MISTERIOSA
NADA DE NOVO
NADA MAIS ME VICIA
NÃO CHOVE
NÃO ME FAÇA ESQUECER (SONG FOR GUY)
O BANDO DE BRASÍLIA (o bonde do paranoá)
O ENCANTO E O ENCANTAMENTO
O MANTO NEGRO DE DALI
OS ORKUTS
OUTROS TEMPOS
PADRE HIPPIE FILHO
PAULO VEIGA
QUALQUER PESSOA
QUEM É QUE VOCÊ PENSA QUE É?
RALHA
SOLANGE A RAINHA DO MAL
SOMBRA SONORA
SUBÚRBIOS DE PARIS
TANTO FAZ
VISÃO CONTEMPORÂNEA

POR QUE FERRO DE BLOG BLOG?

Eu era criança e a historinha era pra lá de popular. E, cá pra nós, nem é assim tão genial.

Mas era o que me interessa: original.

Desde que começaram a surgir os Blogs, sei lá, acho que há uns 9 ou 10 ou 12 anos, o trocadilho do "Gub Glub" com o "Blog Blog" nunca me saiu da cabeça.

Era uma espécie de referência surrealista, lúdica, primária, infantil e ao mesmo tempo: visceral.

Até aqui não tive Blogs. Escrevi muito para alguns, pouco para muitos, volta e meia sou convidado pelo Professor PC Guimarães, da velha e boa FACHA, a participar do www.jornaldedebates.com.br, que não é exatamente um Blog, mas que acaba produzindo o mesmo efeito, já postei nos blogs do O Globo, mas Blog, meu, este é o primeiro, o único e o último. Eu não prometo, mas vou tentar.

Mas, por que mesmo "Ferro de Blog Blog", hein?

Quer saber?

Teve infância?

E nunca ouviu a história do menino muito rico, mas muito triste, porque seus pais e avós acenavam com os presentes mais caros e mais bonitos do mundo, mas não era o que o menino queria?

Pois é. Ele só queria ter um "ferrinho de glub glub".

Lembraram-se?

Claro?

Ainda não?

Pois então, lá vai.

Preocupados com o estado de espírito do menininho, os pais e os avós, desesperados, não se cansavam de tentar agradá-lo.

Compravam brinquedos e mais brinquedos, jogos complicados, bancos imobiliários, cérebros eletrônicos, laboratórios de ciência, caixas de mágicas, miniaturas Disney, Pequeno Construtor, piorras sonoras e coloridas, Autorama Fittipaldi, carrinhos de controle remoto, mas nada, nada, nada, chamava a atenção do garoto.

A cada dia mais triste por não se fazer entender, o menino se confundia emocionalmente e já não sabia direito se era àquilo que chamavam amor.

Para ele, era, sim, uma enorme falta de sensibilidade.

Em nenhum momento, antes de comprar qualquer coisa, alguém lhe perguntara se era aquilo mesmo que ele queria.

E ele não queria muito.

Só queria um "ferrinho de glub glub".

Passaram-se os dias, as semanas, alguns meses, até que, a Alzira, empregada da família - que, naquele tempo de amor e ternura, chamavam carinhosamente de "preta velha", sem risco de processo criminal - olhou, nos olhos do menino e perguntou:

"... me conta o que você quer?".

E o menino disse: eu só queria um "ferrinho de glub glub", e ela, uma afro-descendente, gorda como Tia Anastácia, singrou o quintal da casa de altos e baixos, a galope, para levar a notícia.

- Eu descobri, eu descobri: ele quer um "ferrinho de glub glub".

- Um ferrinho de glub glub?, responderam os quatro atônitos.

Mas o que vem a ser isso?".

- Não sei, minha patroa, mas é o que ele quer. E falou baixinho, assim, ó, com a voz triste, sem chorar, sem fazer manha.

A reunião terminou com a decisão do avô: - Pois vamos atrás deste "ferro de glub glub". Se ele existir, será encontrado.

E procuraram, procuram, procuram e não acharam.

Tristes, agora mais do que o garoto, desistiram de procurar o "ferrinho de glub glub", de comprar mais presentes para o garoto e até de se preocupar com ele.

Afinal de contas, para os adultos, com o tempo, tudo passa e nada melhor do que a consciência tranqüila do dever cumprido.

Mas nesse mesmo dia, à tarde, dia de tirar a cortina das salas e dos quartos para lavar no enorme tanque, Alzira subiu na escada e foi soltando, ilhóis por ilhóis.

O menino, quieto, olhava pra cima, como se esperasse que o ferrinho de glub glub caísse do céu.

E aí, por um capricho do acaso, exatamente dentro de um balde, cheio até a metade, que Alzira esquecera de recolher, quando terminou de lavar o velho Buick, bem pertinho da janela, junto à garagem, caiu um dos ilhoses.

Ao cair, fez... glub, glub.

E o menino sorriu feliz.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

POEMA

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