
Tudo bem, eu sou radical. Admito. Aliás, justiça me seja feita: sempre admiti. Seja lá porque a história não fala muito dos equilibrados, seja porque só os radicais operam mudanças significativas, seja porque um corpo metade no forno, metade no freezer, tem a temperatura média perfeita ou ainda, por mero espiritismo suíno. Não importa. Eu não faço a menor questão de ter razão.
O cara dá uma porrada no teu carro, salta, admite a culpa, diz que você está com a razão, mas diz também que não tem seguro nem dinheiro pra arcar com o prejuizo. Então, pra que ter razão?
Você não.
Você é bacana, tem estilo, tem atitude, tem talento, tem pose, tem educação, tem inteligência, cultura, conhecimento, informação, equilíbrio, comedimento, tem tudo: mas falta direção, falta foco. Se perde no meio de uma confusão tão louca, que não percebe a inutilidade dessa parafernália toda, diante da mais interessante das perspectivas: a ludicidade.
Ser lúdico não é ser irresponsável. Também não é ser inconseqüente ou inconveniente. Ser lúdico é assim, deixa eu ver se consigo te explicar melhor: é como estar até a tampa de problemas de todos os tipos e em vez de levar três travestis para um motel de quinta, convidar a mais bela das suas amigas disponíveis para um jantar. E à luz de velas, e no Roberta Sudbrack, e degustar um Rocche Dei Manzoni Barolo Vigna D'La Roul (1999), aliás, na minha modestíssima opinião, o vinho mais sofisticado da Itália.
E o acompanhamento? Um ravióli de beterraba assada e parmiggiano.
Acho que só te falta entender que viver é interpretar sinais e que sinais são muito mais do que os de mais, menos, multiplicar e dividir.
Eu juro que tento a todo custo me entender e entender todos os meus movimentos, todos os dias. Me esforço, presto a maior atenção em mim. Me observo, me analiso, decupo, cruzo dedos, mas não consigo decifrar esse meu jeito, de ver o mundo de uma forma tão diametralmente oposta a sua.
Quer saber? Você tem toda razão.
(barulho de espelho quebrando, pano rápido, black-out, aplausos... fim)
Acho que só te falta entender que viver é interpretar sinais e que sinais são muito mais do que os de mais, menos, multiplicar e dividir.
Eu juro que tento a todo custo me entender e entender todos os meus movimentos, todos os dias. Me esforço, presto a maior atenção em mim. Me observo, me analiso, decupo, cruzo dedos, mas não consigo decifrar esse meu jeito, de ver o mundo de uma forma tão diametralmente oposta a sua.
Quer saber? Você tem toda razão.
(barulho de espelho quebrando, pano rápido, black-out, aplausos... fim)
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