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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

INSONE

Cada um tem seu motivo. Não importa quem, não importa qual. Toda reação é provocada e toda ação é planejada. Ninguém, com mais de 30 kg é ingênuo o suficiente, para não assumir as conseqüências do que faz e do que diz.

Assim, tudo é prático quando funciona e inútil, quando não produz resultados. Não importa o tempo decorrido da vida, mas o que se fez durante os intervalos vividos à sombra e à água fresca dos pensamentos.

Durante a madrugada que passou - como em tantas - não conseguia dormir, parte, com raiva por ter feito uma besteira no meu PC, deletando sua própria BIOS; parte, porque, com a mais absoluta certeza, o ato, aparentemente involuntário, pareceu-me da mais pura convicção: vontade de deletar a enorme confusão que vem me cercando, nestes últimos dias.

Mas, avesso ao conformismo, em vez de acender a luz, pegar o carro, sair e dar umas voltas pela cidade vazia, experimentei a cegueira. Apaguei as luzes, peguei uma resma de papel em branco e pus-me a desenhar no escuro, guiado apenas pelas bordas relevadas de cada folha.

Numa delas, desenhei você. Não como é, mas como, cego, eu a vi naquele momento de vazio profundo. Traços firmes, descomprometidos, livres dos meus olhos sensores, deixei que o foco sensorial fizesse o seu trabalho, assumindo o compromisso de jamais rever o que desenhara. Afinal de contas, eu sou "cego", não sou?

Não sei se a desenhei em mente ou em espírito; se a desenhei em tinta ou em luzes. Apenas fiz o que me pareceu mais acordado - trocadilho válido para uma noite de insônia profunda.

Acordado, mas desenformado... acho que era assim que me sentia quando terminei de fazer o seu retrato.

Dobrei as folhas, guardei-as num tubo ou numa pasta, escovei os dentes, acendi a luz, abri a cortina e adormeci como um anjo.

Um anjo caído, torto, empenado, como aquele, no Canal, de Cabo Frio.

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