CLEANUP TIME ( J. Lennon )

"Moonlight on the water

Sunlight on my face
You and me together
We are in our place

The gods are in the heavens
Angels treat us well
Oracle has spoken
We cast the perfect spell

The queen is in the countin room
Counting out the money
The king is in the kitchen
Making bread and honey
No friends and yet no enemies
Absolutely free
No rats aboard the magic ship
Of perfect harmony

Now it begins, let it begin
Cleanup Time
Hey, cleanup time
Cleanup time
Well, well, well

However far we travel
Wherever we may roam
The center of the circle
Will always be our home
Yeah, yeah, yeah

Yeah, cleanup time"

Bem, comprida...

espero que a letra desta música tenha um significado sugestivo para nós dois, todos nós e isso inclui, todos os seus, todos os meus e todos os nossos. É bem verdade que o cara escreveu isso, gravou isso, lançou isso e em seguida levou 4 balaços no peito e passou desta pra melhor. Mas, por enquanto, enquanto estivermos por aqui, que nossos encontros terceirizados de ontem e de hoje nos sirvam, também, como detergente. Não para deter gente, mas para clarear os horizontes e lavar as nossas almas, naturalmente desgastadas pela abrasão do tempo.

Como você viu – e eu vejo a toda hora – e continuará vendo sempre que reencontrar lugares e pessoas, como Praia Brava etc, não se apagam memórias, não se rasuram desejos, não se amordaçam sentimentos.

É um engano pensar que vivências passadas não movem moinhos. Movem sim e ambos vimos que movem. Com ou sem tração, com ou sem leveza. Acho que o importante não é o que se esconde, mas o que se mostra.
Está tudo na mesa. As cartas estão abertas e os scraps foram zerados para um novo patamar. Mais sóbrio, mais equilibrado, mais divertido e louco também.

Não tenho senhas nem logs secretos. Meu coração não tem espaço algum fechado, reservado ou destinado a quem quer que seja. Meu jogo sempre foi e permanecerá limpo. Meu amor, faz 4 anos, é seu e permanecerá sendo seu, até que você o descarte, se assim o quiser.

Uso, aqui, palavras “antigas” e em “desuso”, porque entendo que a boa comunicação se expressa pelo sentimento e não pela escolha das palavras. Eu poderia trocar este texto por outro, antenado, muderno, cheio de gírias e assim dizer: “Aí, maior barato esse nosso love, na não, brô?”. Mas não vejo por aí. As brincadeiras fluem, mas as dores permanecem, se não as enfrentamos de igual para igual.

Meus 54 anos me mostraram muita coisa. Coisas legais e coisas ruins. Coisas que ficaram e coisas que se perderam na chuva, no vento, no ralo ou mesmo no pensamento. Não temo o futuro, não temo você. Não temo suas dores, suas faltas, suas carências, porque tenho as minha e sei como dói.

Estamos juntos. Pronto. Estamos prontos. Prontos para viver o dia de hoje. Nada mais. Amar é tarefa diária, que precisa de zelo, atenção, carinho, tesão, apoio, amizade, brothagem, mas e acima de tudo, transparência.

Paixão é pura emoção. E como não escapuliria de nós, a nossa paixão é isso mesmo: pura emoção. Podemos e devemos debater, discutir, confrontar, jamais nos calar diante de qualquer dúvida, insegurança ou desconfiança, mas jamais devemos esquecer – a partir de hoje – que tudo isso está vinculado a este sentimento tórrido e efervescente. O amor é lindo, é tudo, é sublime, confortante, ameno, incondicional, mas dorme de pijama, você se lembra?

Continuo fã da paixão, fã das loucuras e das realizações inviáveis, junto a esta mulher impossível que é você.

Eu te amo, mas isso não basta. E, se você me ama, saiba que isso não basta. É preciso mais, é preciso torque, taxa de compressão altíssima, aceleração e braço pra fazer as curvas.

Jamais gostei de freios. Eles nos atrasam e quando mais precisamos deles, não evitam os desastres.

Podemos escrever scraps, depoimentos, mandar mensagens pelo MSN, entrar nas salas de bate-papo, encontrar e reencontrar amigos, ficar sós, passar horas ao telefone, olhar para homens e mulheres bonitos, porque somos livres e podemos tudo. O que não podemos é, uma vez juntos e assumidamente juntos, magoar o outro, por falta de cuidado.

Vamos subir pra Petrô, comer as trutas que nos esperam, namorar muito e dizer, um na cara do outro, “eu escolhi você”.

A canção, pra vocês curtirem,
com John Ono Lennon