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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

RESPOSTA ABERTA AO COMENTÁRIO DO MESTRE JB SOUZA, NO POST RELATIVO AO POVO EVANGÉLICO, DIGO, AO MEU VOTO EM MARINA SILVA.



Em primeiro lugar, agradeço o seu comentário e o legitimo, baseado principalmente na liberdade de expressão, garantida constitucionalmente pelo Estado de Direito, vigente hoje no Brasil.

Quanto à minha visão equivocada, no entanto, permita-me, com todo respeito, discordar do Mestre e, visando a permitir aos freqüentadores deste Blog, um melhor entendimento sobre o seu comentário e sobre esta minha réplica, com sua devida licença, o publico na íntegra, a seguir:


"mestrejbsouza disse...
Pô cara, me desculpe, mas esta tua visão sobre o povo evangélico é completamente equivocada, voce generalizou e toda generalização e extremamente burra. tem muita coisa boa no meio evangelico cara, maravilhosos projetos sociais, a Igreja é um refugio para milhares de pessoas. posso te dizer que a Igreja evangélica hoje é uma porta de escape para milhres de pessoas, por isso que ela cresce a cada dia, e quer voce qeira ou não ela vai continuar crescendo atése tornar maioria absoluta neste país. porque é coisa boa e ninguem corre atrás de coisa podre. quer ver podridão da um pulinho lá em aparecida do norte e vê como se comercializa a fé dos incautos, eles ganham rios de dinheiro cara. acorda mano, pelo que vejo voce ainda esta anesteziado pela religião outrora oficial mas graças a Deus a muito tempo deixou de ser. lembre-se o pior cego é aquele que não quer vê. hoje Graças a Deus a metade do povo Brasileiro jà é evangélico. e muita gente vai ter que engulir.acabou o tempo das inquisições mas o tempo das vendas de indulgencias ainda estão por ai, dá um pulinho lá ok...."

Bem, não há porque se desculpar. Este espaço está aberto exatamente para comentários, críticas e debates e, embora não nos conheçamos e o senhor não tenha declarado a qual 'denominação' pertence é com o máximo respeito que o convido a ler também esta réplica.

Não obstante o conteúdo escrito por mim, enfatizo que namorei por quase cinco anos uma mulher evangélica, de conduta exemplar e fé irredutível. Assim como você diz que ninguém corre atrás de coisa podre, eu não correria atrás de uma mulher de índole, caráter, postura ou conduta podre. Se estive com ela por todo este tempo, me parece óbvio, qualquer indício de preconceito contra evangélicos fica automaticamente descaracterizado.

Quando o senhor diz que toda generalização é extremamente burra e me chama de burro, incide exatamente em uma das minhas experiências medonhas, não relatadas no texto, mas que vou relatar agora, para que o senhor possa perceber sem miopia o que expressei em palavras.

Eu conheci uma Pastora em um evento, na Praça da Apoteose, que reuniu, por baixo, umas 15 mil pessoas que foram até lá para "louvar a Deus", é claro, mas também para assistir aos shows de Aline Barros, Oficina G3, Kleber Lucas e Michael W. Smith.

Não lembro exatamente o ano, mas acredito que tenha sido por volta de 2005. Muito bem. Fui apresentado a tal senhora, muito falante, muito simpática, que apertou minha mão e me argüiu imediatamente: "Você é crente?". Ao responder que não, ela prosseguiu, sem dizer boa noite ou muito prazer ou meu nome é fulana de tal, da seguinte maneira: "Você conhece a "Palavra", rapaz?". E eu disse que não, que não conhecia a "Palavra", que estudara em colégio marista, que lera a Bíblia algumas vezes, em partes e nunca linearmente, mas que a "Palavra", eu não conhecia.

Ela então abriu uma sacola de pano e retirou dela uma Bíblia, colocou-a nas minhas mãos e disse: "A partir de agora, você tem em suas mãos a "Palavra" que liberta, a sua única chance de escapar do demônio e do inferno".

Eu olhei bem para a cara dela, pensei, pensei e fiz-lhe três perguntas.

A primeira foi se hindus, muçulmanos, budistas ou sei lá mais quem estão todos condenados ao inferno, por não seguirem o que diz a Bíblia.

A segunda, se os índios, os povos mais primitivos e todos os que simplesmente desconhecem a existência da Bíblia e de Jesus iriam também para o inferno.

E a terceira, mas não menos importante, se ela seguia ou conhecia alguém que seguisse, literalmente ou não, os preceitos Bíblicos.

Em um instante, aquela mulher despastorizou-se e transformou-se numa figura estranha, quase colérica e me disse que sim, que só existe um Deus, um Deus vivo, que manda prender e manda soltar e que todas as demais manifestações de Deus são demoníacas.

Para a segunda pergunta, ela me disse que uma vez tendo entrado em contato com a Bíblia todos têm que segui-la e pregar a "Palavra", no intuito de salvar-se a si e ao maior número de pessoas possível.

Já, para a terceira, ela foi, ao menos, sincera: disse que não. Que ela é pecadora, que todos somos pecadores, mas que a Bíblia é a Lei a ser seguida, sempre, o mais fielmente possível.

Gostei da terceira resposta.

Em seguida, Mestre, o senhor me diz que no meio evangélico há maravilhosos projetos sociais. Há, claro que há, mas no Lions, no Rotary, na Maçonaria também, concorda?

A diferença, de repente, me recuso a afirmar, mas me parece estar na relação Custo X Benefício, ou seja, com que objetivo estes projetos sociais são postos em prática?

É claro, como eu digo no texto, já disse aqui e direi de novo, há gente boa, decente, honesta e com bons "propósitos" no meio evangélico, da mesma forma que há entre os umbandistas, os católicos, os budistas e, principalmente, entre os ateus.

Principalmente, sim, porque deles, ateus, nada se deve esperar a não ser o pragmatismo de suas atitudes.

Estive na casa de uma moça chamada Flor de Lis, em Jacarepaguá, e lá constatei pessoalmente a grandeza da sua obra e da sua  caridade. ela e o marido, também Pastor, cuidam de dezenas de crianças, adolescentes, homens e mulheres, dando educação, alimentação, casa e trabalho, até que casem ou que consigam seguir com suas próprias pernas. Sua história de vida virou filme e é realmente exemplar. Mas conheço muita gente que faz o que ela faz, talvez menos, talvez mais, sem precisar hastear a bandeira evangélica.

O bem, Mestre, é um dom comum a todos e não só aos evangélicos.

Quanto a ser um "refúgio" e uma "porta de escape" para milhares de pessoas, sim, claro, eu concordo que é. E quanto mais frágeis forem as pessoas, mais ágeis serão as igrejas em cooptá-las, porque elas é que sustentam o império evangélico e fazem rodar a engrenagem que as fazem a cada dia mais, as igrejas crescer e se multiplicar.

Propaganda, meu caro Mestre, a propagação da "Palavra" é a alma do negócio, cujo produto é o "espírito", seja ele Santo ou não. Esta é a parte consubstancial do marketing evangélico.

Tenho um grande amigo que é ateu e ainda assim é uma das pessoas mais generosas que eu conheço. Cotidianamente contribui com valores, alimentos, roupas e carinho para um monte de instituições que fazem o mesmo tipo de trabalho.

É óbvio que se uma pessoa é dependente química, se é viciada em sexo ou vive momento adverso na sua vida financeira, a igreja evangélica é um lar acolhedor e de suma importância. Pena que cobre por isso.

Eu, talvez um dia me convertesse a uma denominação qualquer que abolisse o dízimo de quem percebe até 3 salários-mínimos. Eu não titubearia em adotar, como faço anualmente, crianças e idosos, no Lar de Frei Luiz, mesmo sem ser espiritualista.

Faço o bem, porque o bem está em mim e não porque o Pastor fulano de tal vai me abrir as portas do céu ou me viabilizar a compra de uma ilha paradisíaca, para que eu nela aporte um iate. Não faço o bem exigindo de Deus, em troca, um Aston-Martin.

Seguindo o seu comentário, não me parece ser tão verdadeira a afirmação de que a igreja evangélica cresce a cada dia.

Aqui, em Petrópolis, onde moro, por exemplo, na Rua coronel Veiga, foi aberta uma IURD enorme, onde havia antes uma oficina mecânica de grande porte. Poucos meses depois, esta igreja foi fechada e o prédio vendido. A igreja mudou-se para um espaço menor e de lá também saiu para outro espaço menor ainda. Como sou um profissional de comunicação, logo que surgiu a oportunidade conversei com um crente da Universal e perguntei-lhe sobre os motivos dos fechamentos e ele me respondeu que "as metas precisam ser batidas, se não são, a ordem é fechar e mudar de ponto".

Ora, meu caro Mestre, que metas são estas? Metas de arrecadação? Metas de captação de recursos para o aumento do patrimônio do Bispo Macedo? O senhor deve conhecer melhor do que eu as mensagens subliminares veiculadas nos programas da IURD. A Teologia da Prosperidade, também conhecida como "confissão positiva" é um assinte, um desaforo aos mais informados e funciona como cocaína pura para os menos.

O Pastor Silas Malafaia, apesar de seus gritos histéricos, deixa claro que é um palestrante e não um Pastor de ofício. Sua editora é uma das mais poderosas do Brasil e dentre os livros que vende ou distribui estão alguns dos maiores picaretas evangélicos dos Estados Unidos. Mas o seu "Bye Bye Brazil" vai muito bem, obrigado, e segue lotando arenas e estádios, onde ele aparece sempre muito bem vestido, com uma produção digna de Chitãozinho e Chororó, ameaçando e aterrorizando os que não se submetem às suas ordens, em nome de Jesus, é claro.

Acompanhei por um bom período a via crucis do Pastor Caio Fábio, por ter se disposto a auxiliar o Sistema Globo na vã tentativa de desmascarar a quadrilha do Edir Macedo, ou por ter assumido publicamente, a prática do adultério, como se isso fosse o fim do mundo - embora eu seja um cara fiel, principalmente aos meus princípios -  e ele não fosse um ser humano como qualquer outro, falível e passível de "pecar".

E o que dizer sobre o Pastor Marcos Feliciano, que vendia - ainda vende? - seguros e previdência privada em suas pregações pirotécnicas, ilustradas por anjos e labaredas que só ele vê?

Perdoe-me a franqueza, meu caro Mestre, mas esses exemplos em nada dignificam a imagem da verdadeira igreja evangélica. No entanto, como os "bons" nada fazem para combater os "maus", fica a pergunta que não quer calar: quem representa a verdadeira Igreja Evangélica, no Brasil?

Eu não havia citado ninguém, nominalmente, no texto original, exatamente para não cair na tentação de misturar o joio com o trigo, mas o faço agora, porque sei que todos somos filhos de Deus e portanto, imperfeitos.

Sei que estamos aqui, em busca de aperfeiçoamento, de aprendizado e não para desempenhar papéis de submissos diante dos caprichos e delírios da maioria dos Pastores.

Seu discurso, Mestre, se torna perigoso quando o senhor diz que "queira eu ou não os evangélicos serão maioria no Brasil".

Não tenho absolutamente nada contra, mas acho aconselhável o senhor dar uma olhadinha no crescimento populacional de chineses, hindus e muçulmanos, que são os povos que mais crescem no planeta. E tenho a impressão de que nenhum deles segue a "Palavra", ou melhor a "Bíblia". Nota-se que esta sua afirmação é apaixonada e que ela pode vir a levá-lo a um confronto ideológico-religioso de conseqüências piores que as da Inquisição. Não é por aí, caro Mestre.

No Deus deles, muçulmanos, vestir-se com dinamite é um ato de fé e servidão.

Há uma nova ordem mundial em prática e, talvez, infelizmente, nela, católicos, evangélicos e espiritualistas venham a representar 'traço', no IBOPE. Não exatamente pela convicção religiosa, mas pela alta taxa de crescimento da densidade demográfica dos povos não cristãos, nos cinco continentes.

Pense e reflita.

Estranhar mesmo, só estranho, quando o senhor cita Aparecida do Norte como fonte de exploração e comércio. Afinal de contas, quem tem telhado de vidro não deve atirar pedras nos telhados dos outros. E que fique claro: eu jamais fui a Aparecida do norte, não sou católico nem apostólico nem romano. Assisti a um filme sobre a vida de Martinho Lutero e com ele fiquei muito bem impressionado, mas ao mesmo tempo chocado com a forma com que os protestantes, de hoje, distorcem e se locupletam do bravo e heróico ato da queima das bulas papais.

Sinceramente, eu acho que Martinho Lutero, hoje, incendiaria a Rede Record e noventa por cento das igrejas evangélicas, sem medo de ser feliz.

Não, querido Mestre, "não vou ter engolir" nada nem ninguém.

A mim, o crescimento das igrejas evangélicas não me abala nem um pouco, porque penso, raciocino, questiono e não me deixo levar por um mundo fantasioso e doentio de Ferraris, iates e mansões. Vivo do meu trabalho, batalhando aqui e ali, com dignidade e, acima de tudo, honestidade. Ajudo as pessoas como posso e sou ajudado por Deus, que não me discrimina sob nenhuma hipótese ou ameaça.

Portanto, não se trata de uma visão e sim de uma constatação prática, por mim vivenciada, em um sem número de experiências, ao longo de cinco anos. Eu poderia descrevê-las, aqui, uma por uma, mas que acho que não vem ao caso fazê-lo.

Como tenho certeza de que o Mestre leu com atenção o texto que escrevi, não hesito em dizer que a sua visão sobre o contexto do meu texto, sim, está totalmente equivocada.

Até porque, não generalizei nada, ao contrário, fiz questão de mencionar que estive diante de Pastores e de crentes sérios e bem intencionados, como Guilhermino Cunha, Israel Belo de Azevedo, Osmar Ludovico, JR Vargas e alguns outros, mas reafirmo que eles fazem parte de uma minoria.

Eu não replicaria o seu comentário com este post e sim com outro comentário no próprio box, não fosse a sua arrogância e a sua petulância ao me chamar de burro, mas faz isso parte do seu show.

Um abraço e em nome de Deus,

Amém.












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