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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

50 HORAS NO AR!

Não foi um record, mas foram 50 horas, direto, sem dormir, sem bola e sem droga de qualquer espécie, a não ser a adrenalina gerada por uma paixão incurável: a de fazer o que mais gosto, depois de sexo e de tocar rock'n'roll.

Pesquisar, procurar, selecionar, ouvir, reouvir, ponderar, escolher, experimentar, testar, aprovar, reprovar, aprovar e depois reprovar, remixar, equalizar, normalizar, gravar e esperar a hora 'H' para ouvir as músicas escolhidas, o programa no ar e então, aí sim, concluir que poderia ter sido infinitamente melhor, não tem preço. Nem explicação.

Sou louco, fascinado pela magia do rádio, seja rádio o que for, de qualquer jeito. Do falado ao tocado; do analógico ao digital; do valvulado ao transistorizado, não importa.

Fazer rádio, pra mim, é tão gostoso quanto poder lembrar com um sorriso largo do tempo que jogava bola de gude com o meu filho, na terra da praça, quando ele tinha quatro, cinco anos de idade. É rejuvenescer uns trinta anos em apenas algumas horas de broadcasting, mesmo que as ondas não estejam mais viajando por aí, pelo ar.

A viagem não é a onda, é a viagem em si. Mas não importa, o que importa é que a minha cabeça esteja sempre no ar.

O rádio é lúdico, é informal, como eu deveria ser com a minha vida, como a vida de todos nós deveria ser e nem sei porque, não é.

Foram 50 horas escolhendo trinta, quarenta músicas, dentre milhares de opções. Todas obscuras, desconhecidas, esquecidas ou descartadas à força, pelo poder de patrulhamento ideológico exercido até bem pouco tempo pelo mainstream.

Mas não mais. Se por um lado as webradios são clones plásticos dos enormes links hackeados no Sumaré; e se as torres metálicas deram lugar à fibra ótica, a liberdade é incerceável e os ilimites surgem do nada, como os buracos negros do Blues.

From Mali to Memphis, desvio o caminho e me perco em minúcias que tenho a mais absoluta certeza, pouquíssimos ouvintes vão perceber. Algumas estão no toque refinado de L. Shankar, outras na circunspecção de Peter Gabriel, ao interpretar, como se o autor fosse, de Waterloo Sunset, dos "malditos" e maravilhosos Kinks. E, no entanto, nada disso vai ao ar. Foram barradas no baile sem qualquer explicação e em seus lugares entraram os punks holandeses do Dead Stool Pigeon e a nervosa, mas sedutora Me and Mrs. Jones, com o inglês Head. Goran Bregovic e 3Mustaphas3 que me perdoem a heresia, mas não resisti e chamei a Gretchen para rebolar a Conga la Conga, me devolvendo, mesmo que só por três minutos, outros vinte anos de juventude.

Vou tocar Tom Jobim e Chico Buarque e os fãs de Tom e Chico, muito provavelmente não saberão o que dizer, durante quase dez minutos. E não se trata de pout-porri ou de um bootleg gravado na fronteira da Argentina em um cassino clandestino. É disco de catálogo, gravado em Nova York, mas... quem conhece?

Como dizia o Raul, falta cultura para cuspir na estrutura e não vim aqui para chamar meus ouvintes de incultos, porque não é por aí. Mas tenho a impressão de que o brasileiro é o povo que mais se desculpa por não saber.

E a desculpa é a falta de tempo.

Para tentar saber mais, para tentar acertar um pouco mais e até para saber, aliviado, que vou errar um pouco menos, gastei 50 horas do meu banco de sono.

É o preço pago para que, 50 outras horas depois, descansado, eu possa chegar na casa da minha gostosa namorada, "sintonizar" a www.radiovitrola.net, beijar muito na boca, degustar um bom vinho, um pãozinho de calabresa e, calmamente, ouvir a estréia do "RADIONOR (tum tum tum), certo de ter feito o meu melhor.

Mas depois, logo que acabar, eu vou dizer que foi legal, mas que poderia ter sido muito melhor.

Quem sabe, no próximo, sexta que vem?

Tum tum Tum.

Um comentário:

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