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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

SOBRE O DRIBLE DA FOCA E OS FOFOQUEIROS

Recebi um telefonema do Professor PC e deles – do telefonema e do PC – saiu a idéia de eu postar minha opinião sobre o assunto do momento: pra mim é arte.

O futebol é, antes de qualquer outra coisa, regra, combinação ou opinião pessoal, um jogo, praticado com uma bola, e que se apresenta ao público, em somente duas formas possíveis: bem jogado e bonito; mal jogado e horrível de se ver.

Os motivos são tão óbvios quanto definitivos e apontam para a arte.

Nenhum outro esporte oferece um campo com as mesmas dimensões, considerando-se a densidade demográfica, o ritmo que se o pratica e a quantidade de possibilidades para a genialidade, para o improviso, para a surpresa e... para a molecagem.

Detesto o típico “merrrrrrmão” carioca, o cara sem a menor educação, bebochado e agressivo, que desarmoniza qualquer ambiente. Mas lá dentro do caldeirão, anônimo pela multidão de iguais, o cara é o cara. O futebol poderia ter sido qualquer outra coisa, mas não teria sido o mesmo sem as marras do Romário, o mau-humor do Rivelino, os cortes secos do Paulo César Caju e todo o tipo de molecagens que cabem neste contexto.

Quando o Pedrinho fez uma embaixada, jogando pelo Vasco, contra o Flamengo, não lembro quando, e a imprensa caiu de pau chamando de desrespeito, eu, apesar de Flamengo até morrer defendi o direito à técnica, a oportunidade de tirar um sarro, de irritar a torcida do arqui-rival, já arrasada com a perda do título.

Quando Túlio, fez o gol de bunda, acho que contra um timeco sulamericano, de novo, o Brasil rachou: “Ele não podia ter feito isso. Isso é falta de respeito ao profissional”. É? Ta bom. E o olé?

O que é colocar um time inteiro na roda, tocando a bola, excitando a torcida, desequilibrando emocionalmente os adversários que não têm mais nada a fazer, senão dar um pontapé. E eu também concordo.

Não ouvi a entrevista do Luis Alberto, não vi o tal drible da foca – já o vira antes, algumas vezes, pelo mesmo autor – mas garanto que concordo com o zagueiro: eu acho mesmo que futebol é esporte pra macho. Pode ser homem, pode ser mulher, mas tem que ter o que os vocalistas de Heavy Metal têm: gutz! Tesão.

Quem se lembra da final de 1966, com o Bangu metendo 3x0 no Flamengo, ainda no primeiro tempo? E do timaço do Bangu, quem se esquece? Pois é. Acontece que o Flamengo não pode sair de campo num primeiro tempo de decisão carioca, derrotado por 3x0.

Nem precisava ser o Bangu. Pois o Almir pegou o Ladeira, o conflito começou, o jogo nem acabou, mas a torcida saiu nova, de alma lavada.

Estou pregando a violência nos estádios? De forma alguma. Só não creio que os fãs da Fórmula 1 prefiram uma corrida sem acidentes; que a galera da tourada não torça pelo touro e que “esse jogo não pode ser 1x1, se meu time perder eu mato um”.

Sou a favor dos dois lados: o craque, o artista, o gênio, faz o que quiser, o que rolar na hora. Sem culpa, sem pensar em humilhar ninguém. Faz e pronto. E o adversário, se tiver mesmo amor à camisa e a si mesmo, com certeza - "e não pode ser diferente" -, tem mais é que impedir de qualquer jeito: na bola ou não.

Escrevo assim descaradamente porque vejo o futebol no mundo todo, a cada dia mais, sendo transformado numa autêntica “macumba pra turista”. Não pode encostar aqui, não pode dar nem uma cuspidinha, não pode sair do campo pra comemorar o gol, não pode driblar, tem que passa a bola, simular o pênalte, cair na área, se jogar no chão.

E o pior: o futebol tá virando esporte de jogadores do tipo Roger.

2 comentários:

  1. Amado meu!!!
    Eu não podia faltar neste seu novo "cafofo" cibernético (rs).
    Tô contigo em tudo e cá também me posto!
    Mas... nada sei sobre futebol, esporte que não me faz parar de fazer o que estou fazendo para ver ou rever em replay.
    Homens jogando, sendo ou não artistas e promovendo espetáculos para a multidão, para mim, atualmente, se assemelha aos jogos mortais da Era Romana, diante da arena, querendo ver o sangue jorrar, mais do que a bola bater entre as traves (rs).
    Quem sabe, de tanto aprender e ouvir de você, eu um dia me redima e me renda aos amistosos e não amistosos futebolísticos? (rs)
    Enquanto isto, te amo!!!
    E me vou...
    Sua Virgínia.

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  2. Adorei!!!
    Muito bom!!!
    Vou me animar e fazer um Blog também. Vou falar de muitos assuntos, entre os quais meu amor ao Tricolor... he he he...
    Bjs!!!

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