
O futebol é, antes de qualquer outra coisa, regra, combinação ou opinião pessoal, um jogo, praticado com uma bola, e que se apresenta ao público, em somente duas formas possíveis: bem jogado e bonito; mal jogado e horrível de se ver.
Os motivos são tão óbvios quanto definitivos e apontam para a arte.
Nenhum outro esporte oferece um campo com as mesmas dimensões, considerando-se a densidade demográfica, o ritmo que se o pratica e a quantidade de possibilidades para a genialidade, para o improviso, para a surpresa e... para a molecagem.
Detesto o típico “merrrrrrmão” carioca, o cara sem a menor educação, bebochado e agressivo, que desarmoniza qualquer ambiente. Mas lá dentro do caldeirão, anônimo pela multidão de iguais, o cara é o cara. O futebol poderia ter sido qualquer outra coisa, mas não teria sido o mesmo sem as marras do Romário, o mau-humor do Rivelino, os cortes secos do Paulo César Caju e todo o tipo de molecagens que cabem neste contexto.
Quando o Pedrinho fez uma embaixada, jogando pelo Vasco, contra o Flamengo, não lembro quando, e a imprensa caiu de pau chamando de desrespeito, eu, apesar de Flamengo até morrer defendi o direito à técnica, a oportunidade de tirar um sarro, de irritar a torcida do arqui-rival, já arrasada com a perda do título.
Quando Túlio, fez o gol de bunda, acho que contra um timeco sulamericano, de novo, o Brasil rachou: “Ele não podia ter feito isso. Isso é falta de respeito ao profissional”. É? Ta bom. E o olé?
O que é colocar um time inteiro na roda, tocando a bola, excitando a torcida, desequilibrando emocionalmente os adversários que não têm mais nada a fazer, senão dar um pontapé. E eu também concordo.
Não ouvi a entrevista do Luis Alberto, não vi o tal drible da foca – já o vira antes, algumas vezes, pelo mesmo autor – mas garanto que concordo com o zagueiro: eu acho mesmo que futebol é esporte pra macho. Pode ser homem, pode ser mulher, mas tem que ter o que os vocalistas de Heavy Metal têm: gutz! Tesão.
Quem se lembra da final de 1966, com o Bangu metendo 3x0 no Flamengo, ainda no primeiro tempo? E do timaço do Bangu, quem se esquece? Pois é. Acontece que o Flamengo não pode sair de campo num primeiro tempo de decisão carioca, derrotado por 3x0.
Nem precisava ser o Bangu. Pois o Almir pegou o Ladeira, o conflito começou, o jogo nem acabou, mas a torcida saiu nova, de alma lavada.
Estou pregando a violência nos estádios? De forma alguma. Só não creio que os fãs da Fórmula 1 prefiram uma corrida sem acidentes; que a galera da tourada não torça pelo touro e que “esse jogo não pode ser 1x1, se meu time perder eu mato um”.
Sou a favor dos dois lados: o craque, o artista, o gênio, faz o que quiser, o que rolar na hora. Sem culpa, sem pensar em humilhar ninguém. Faz e pronto. E o adversário, se tiver mesmo amor à camisa e a si mesmo, com certeza - "e não pode ser diferente" -, tem mais é que impedir de qualquer jeito: na bola ou não.
Escrevo assim descaradamente porque vejo o futebol no mundo todo, a cada dia mais, sendo transformado numa autêntica “macumba pra turista”. Não pode encostar aqui, não pode dar nem uma cuspidinha, não pode sair do campo pra comemorar o gol, não pode driblar, tem que passa a bola, simular o pênalte, cair na área, se jogar no chão.
E o pior: o futebol tá virando esporte de jogadores do tipo Roger.
Amado meu!!!
ResponderExcluirEu não podia faltar neste seu novo "cafofo" cibernético (rs).
Tô contigo em tudo e cá também me posto!
Mas... nada sei sobre futebol, esporte que não me faz parar de fazer o que estou fazendo para ver ou rever em replay.
Homens jogando, sendo ou não artistas e promovendo espetáculos para a multidão, para mim, atualmente, se assemelha aos jogos mortais da Era Romana, diante da arena, querendo ver o sangue jorrar, mais do que a bola bater entre as traves (rs).
Quem sabe, de tanto aprender e ouvir de você, eu um dia me redima e me renda aos amistosos e não amistosos futebolísticos? (rs)
Enquanto isto, te amo!!!
E me vou...
Sua Virgínia.
Adorei!!!
ResponderExcluirMuito bom!!!
Vou me animar e fazer um Blog também. Vou falar de muitos assuntos, entre os quais meu amor ao Tricolor... he he he...
Bjs!!!