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Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

SERGIO VASCONCELLOS 12.10.54 - 15.01.08

Quando o carro vai capotar é instintivo: a gente coloca uma das mãos no teto, a outra no painel, se contrai todo... e deixa virar.

Capotagens estragam mais os carros do que as pessoas. É raro alguém sair muito ferido ou morer numa capotagem. Mas pode acontecer. Claro.

Hoje foi meu dia de capotar. Eu vinha a uns 300km por hora, olhei a marca dos 200 metros, mas confesso que não quis frear. Há momentos numa corrida em que o piloto precisa desafiar a força centrífuga, mesmo que a gravidade tenha conseqüências mortais.

Fiz a tomada, dei um leve toquinho no freio, no punta-taco joguei o volante e entrei, ou melhor: não entrei. O carro saiu rodando, rodando, rodando, passou a área de escape, bateu no guar-rail e... capotou.

Por alguns segundos experimentei um monte de coisas: da tal gravidade zero ao filme da minha vida. Mas não tinha mesmo volta.

Ou eu fazia o traçado como todo mundo faz ou arriscava passar dos limites e bater. Passei. Acho, no fundo, que foi quase um suicídio. Eu queria mesmo experimentar o desconhecido.

Morri.

Escrevo este texto morto. Onde me encontro agora, há lugares iguaizinhos aos que vi aí na Tera. Vejo as pessoas como as via antes. Nada me parece diferente e mesmo toda aquela história de luz forte, temperatura amena, anjos e vozes, pelo menos aqui não rola.

Sei que morri, porque acabou.

Terminou-se o tempo da competição, das corridas desenfreadas atrás do impegável, do impossível.

Sei que somos imortais e, apesar de Deus não ter vindo me dar boas-vindas, vou ver se me encontro com Ele mais tarde. Passei na recepção, marquei uma audiência e aguardo o chamado com a senha na mão.

E agora? Agora, meu irmão... é reconstruir o caro, lavar o macacão e partir para a segunda bateria.

Que venham os novos adversários.

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