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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

SCHOOL'S OUT FOR EVER!


Tô parecendo cavalo de cabeça feita, né? Não paro de “receber”, mas é fato.
Recebi de uma grande amiga, a Myian Phanardzis, um E-mail muito bacana, com uma super juke-box, recheada com muitas centenas de singles, que vêm desde 1950 até 1989.
Estou sem nenhum job no momento e, por isso, uso o meu tempo pra gerar conteúdo para todos os lados, todos os fins, princípios e meios. Estou terminando de reler “Crônicas”, sensacional livro do Dylan, acabei de ler o do Midani, presente que recebi do Beni e volta e meia repego o “Cauda Longa”, pra comparar o que está lá com o que está aí, acontecendo de fato no mundo tão incerto quanto contemporâneo, de agora.
Enquanto o tempo passa, vou, também, reaparelhando a mente com os ensinamentos dos livros do Ferrão e contribuindo aqui e ali com pessoas que me pedem uma opinião, uma crítica, um toque, que seja.
Faço tudo isso, claro, com o rádio ligado na CBN num tom bem abaixo do iPod, que também soa mais baixo que a juke-box que a Myrian me mandou. Se dá certo? Claro que dá. Até porque conheço tudo que está no iPod, conheço quase tudo que está na juke-box e as notícias são quase sempre as mesmas. Quando sai uma ponta de algum lugar, paro tudo e me concentro só ali.
Foi assim com uma das músicas do período entre 1970 e 1974. Dentre os mais famosos singles do America e de outras bobagens gostosas de reouvir, de vez em quando, pulou uma ponta dessas. E não era um “descartável”, era um clássico, um já standard do rock. Era “School’s Out”, sensacional petardo pop, com roupa de rock, meio glitter, como a imagem do próprio Vincent Damon Furnier.
E veio ela, aos gritos, cheia de energia, de juventude, de rock’n’roll visceral na essência:
Well we got no choice
All the girls and boys
Makin all that noise
Cause they found new toys

Well we can't salute ya
Can't find a flag
If that don't suit ya

That's a drag!

School's out for the summer
School's out forever
I'm bored to pieces

Well we got no class
And we got no principals
And we got no intelligence
We can't even think of a word that rhymes

No more pencils
No more books
No more teacher's
Dirty looks
Out for summer
Out till fall
We might not come
Back at all

School's out for summer
School's out forever
School's out with fever
School's out completely
School's out for summer
Lembro que eu tinha acabado de ser “convidado a me retirar” do Colégio São José da Tijuca, não por indisciplina ou por falta de caráter, mas por ser “burro e não ser digno de estar na Rua Conde De Bonfim, 1067”, segundo o Irmão-Reitor Claro Figueiredo.
Foi um tempo difícil, que deixou marcas profundas na minha formação acadêmica, sem nenhuma dúvida. Eu perambulei por uns coleginhos meio informais em busca de um diploma que me permitisse chegar ao clássico e mirar no meu real objetivo que era fazer vestibular no Curso Helio Alonso.
Consegui. Depois de algumas entradas e bandeiras, fechei o “ginásio” no Instituto La-Fayette, na Rua Haddock Lobo, onde hoje, se não me engano, ainda funciona a Fundação Bradesco.
Passei o ano de1972 na Rua México, 31. Primeiro, no segundo andar e depois no décimo.
Fui aluno do Elso, do Nelson, do Carrão, da Caetana, do André Valente, do outro André, cujo sobrenome não me recordo agora, cheguei a ter aulas com o próprio Helio, mas o mais bacana de todos os professores era o Julio “Bonecão”, que dava aulas de História. Ali confirmei o que me disseram quando cheguei: “O CHA é a escola que você não teve e a faculdade que nunca vai ter”.
Ter estudado lá e não na faculdade, sem esquecer o valor agregado pela fantástica mãe que eu tive - cultíssima, formada em filosofia pura, história e literatura -, inteligente, antenada e amiga, de fato, foi a base de tudo na minha vida.
Minha mãe chegava ao cúmulo de fazer palavras-cruzadas em 3 idiomas. E fechava todas.
Mas, voltando ao cenário e a trilha sonora da minha fase escolar mais marcante, lembro que “School’s Out” veio por essa época, num LP, cuja capa era literalmente uma mochila escolar. Era o hino nacional de todo aluno irreverente, de todo adolescente cabeludo, que ouvia a Federal, a Mundial, que esperava 3, 4 meses pela importação do novo álbum da Plastic Ono Band, fosse através da Billboard, da Master Range, da Symphonie ou da Modern Sound, porque todas usavam o mesmo navio.
“School’s Out” era panfletária, revolucionária e anterior aos versos de “Another Brick On The Wall”. Mandava a gente dizer não pra escola, pros professores, para toda aquela estrutura pré-estabelecida e caduca, pós Woodstock. A gente se deliciava gritando o refrão de “School’s Out”, mas não deixava de ir pra escola. Não faltava aula.
Chovesse ou fizesse sol, lá estava eu, na hora do almoço, esperando um maluco desconhecido, mas genial, passear pela rua, vestido de preto, com uma capa comprida, bigodes e enorme cavanhaque, violão em punho, a cantar:
“Eu devia estar contente, porque eu tenho um emprego, sou um dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês”.

SCHOOL'S OUT

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