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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A ÚLTIMA COISA QUE QUERO FAZER NA VIDA É MORRER

Tempo, objeto estranho.
Estranho objeto de desejo.
Passagem, permanência, caminho, meta...

Espaço.

Fugidio.

O tempo sempre escapa e leva.

À morte.

O tempo é a mãe de todas as seduções, de todas as leviandades, de todas as malas embarcadas.

O tempo é a mãe!

O tempo é a mãe masculina da obscenidade embutida em todas as formas de existência.

É a causa de quase todas as mortes.

Haste e desgaste.
Erosão e cultura.
Desmineralização da matéria orgânica mental.

Dióxido do neurônio.
A senilidade é parceira do tempo.

Parceira da ausência.

A última coisa que quero fazer nessa vida é morrer e adiá-la o máximo possível requer sacanagem, bandidagem, enfim, acordo com o tempo.

Dorian Gray: o retrato.

O pacto.

O tempo já fez o seu pacto:
Com o Demônio.

Não existem pactos com Deus.
Nem dados nem copos.

O tempo é o próprio Demônio.
E o Demônio não existe.

Começo a perceber que não há solução para a vida, a não ser desafiar o fluxo do tempo matematicamente.
Teoricamente, fracioná-lo multiplica a probabilidade de manter-me vivo.

Assim, para devorar-me, ele precisará devorar-se a si mesmo.

Como assim, dividir o tempo?

Usando a relatividade, é claro, ou melhor, com a compartimentalização de cada instante futuro. Lateralizando o pensamento, tornando-o objeto físico e concreto; espalhando-o em latitudes no sentido inverso ao da rotação.

Vencerei o tempo se puder me mover para os lados e não para frente. Como fusos horários.

Se puder não tomar decisões e adiá-las, se evitar os confrontos e administrar os conflitos. Se contiver meu ímpeto de avançar sempre em direção ao desconhecido.

O tempo então vai desconfiar do que conheço e aguardará que eu me distraia.

Um dia, claro, me distrairei.

Bye Bye Life
(cena do filme All That Jazz)

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