Eu dizia isso, porque me sinto completamente inerte diante de tudo. Não é exatamente a morte do meu pai o que está me deixando assim. Aos 88 anos muito mais bem vividos que os meus 55, doente, já há um bom tempo, o pior já era esperado. E nem foi pior. Para falar a verdade, foi o melhor. Mesmo que tenha sido na véspera do meu aniversário.
Foi um presente de Deus a sua partida, deixando o sofrimento só pra nós. Morrer faz parte da vida. Mas sofrer, não.
A gente não deveria sofrer por absolutamente nada nesta vida. Sei lá, se porque não vale à pena, não sei se porque a gente não vai sair dela vivo mesmo, não importa. A dor é obrigatória, mas o sofrimento é opcional.
Acontece que nem tudo o nosso consciente processa. Aliás, quase nada vem à tona e a maior parte das sensações fica vagando por dentro de nós, como seres desconhecidos que tanto podem nos ajudar como nos desajudar.
Não sei. Sinceramente, não sei. Não foi do dia 12 pra cá. Foi antes, talvez de uns 4 ou 5 meses pra cá. Amigos e amigas reclamam minha ausência, já não crêem nas minhas desculpas, não perdoam, enfim.
Mas estou assim mesmo. Largado, de saco cheio de tudo, ou quase tudo, observando atentamente cada uma das minhas reações emocionais. Sei que não estou ficando maluco, porque seria eu, realmente, um maluco de pedra, se estivesse feliz, soltando foguetes a cada gol do Adriano.
Nem o Flamengo me emociona tanto, nas vitórias. Embora, pra falar a verdade, me abata da mesma forma quando perde.
Pode ser tudo, pode ser nada, pode ser qualquer coisa, pode ser passageiro, mas é. O fato é que é. E escrever este texto significa simplesmente que estou aí, atento e antenado a tudo e a todos.
Só não estou conseguindo escrever como antes. Faltam, talvez, emoções fortes e desafios saudáveis.
Ah... tequila evaporada e chuva forte.
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