
O DOCE SABOR DE UMA DERROTA PROS "MANO"
Se quem não é Flamengo, hoje, não entendeu o que é o Flamengo, pode desistir, porque não vai entender mesmo. A última chance foi hoje, porque é impossível explicar que o Flamengo é isso. É a vitória da derrota, é o sufoco, a zona, a baderna, o improviso, o improvável. O Flamengo é a prova de que o importante não é competir nem vencer nem empatar: é matar do coração o torcedor, o devoto, para ressuscitá-lo 3 dias depois. Sempre.
Pra nós, Flamengos até morrer, o título não importa tanto quanto a emoção do momento, quanto o gol com a mão, impedido, aos 52 do segundo tempo. O Flamengo é o canastrão do Bruno, que fala um monte de besteira, que faz um monte de besteira, mas que tira, com a ponta dos dedos, a última bola do jogo. Aquela bola que levaria "os mano" pra frente e o Flamengo pro brejo. O Flamengo é o cabelo cafona do Leonardo Moura, que pensa que é craque, que acredita que é craque e que acaba se transformando num craque, só porque veste o manto sagrado do Flamengo.
O Flamengo é o técnico improvisado: é o Carlinhos, que nunca foi técnico, campeão brasileiro; o Andrade, que nunca foi técnico, campeão brasileiro; o Washington Rodrigues, que nunca foi técnico e mais, que saiu da cabine da rádio Globo, pra entrar numa roubada como técnico do Flamengo, porque nem técnico o Flamengo tinha.
Eu podia seguir tentando, em vão, explicar o que é o Flamengo. Mas não ia adiantar. Como eu disse, quem viu o jogo de hoje e não entendeu... vai ter que purgar o resto da vida torcendo pelo Arco-Íris.
Parei um pouco. Me lembrei do "Velho Apolo" e decidi dar uma volta pelas esquinas do Google, em busca de algo e de alguém melhor do que eu, como ele, por exemplo, pra quebrar o meu galho nessa frustrada tentativa, e encontrei essa entrevista.
Peço licença ao website "Magia Rubro Negra", que publicou a entrevista. Com todos os créditos, passo a bola para o Fausto Justino, que extraiu esta pérola desta referência rubronegra.
MAGIA RUBRO NEGRA ENTREVISTA: WASHINGTON RODRIGUES (APOLINHO)
POR FÁBIO JUSTINO
24/03/2008, 12:47 PM
Arquivado em: Colunas,Entrevistas,Fla Memória,Notícias Diárias
"Dando início a uma série de matérias bem interessantes o MAGIA RUBRO NEGRA procurou entrevistar os mais diversos tipos de torcedores rubro-negros, sejam eles anônimos ou famosos, o mais importante é que sejam apaixonados pelo MENGÃO.
Para dar início a esta série, trouxemos para você uma empolgante entrevista realizada em agosto do ano passado, o torcedor da vez é o ilustre Washington Rodrigues, mais conhecido como Apolinho.
Leia, curta, , divulgue e “tome cuidado”, o próximo entrevistado pode ser você.
Washington Carlos Nunes Rodrigues, nascido em 01/09/1936
Casado com D. Maria Lúcia, pai de 03 filhos (Patrícia, Washington e Bruno)
Carioca do Engenho Novo, no futebol é Flamengo e no samba é Mangueira.
Mais conhecido como *Apolinho, Washington Rodrigues começou sua consagrada carreira de comentarista esportivo em 1962 na extinta Rádio Guanabara, apresentando o programa “Beque Parado”.
Pra nós, Flamengos até morrer, o título não importa tanto quanto a emoção do momento, quanto o gol com a mão, impedido, aos 52 do segundo tempo. O Flamengo é o canastrão do Bruno, que fala um monte de besteira, que faz um monte de besteira, mas que tira, com a ponta dos dedos, a última bola do jogo. Aquela bola que levaria "os mano" pra frente e o Flamengo pro brejo. O Flamengo é o cabelo cafona do Leonardo Moura, que pensa que é craque, que acredita que é craque e que acaba se transformando num craque, só porque veste o manto sagrado do Flamengo.
O Flamengo é o técnico improvisado: é o Carlinhos, que nunca foi técnico, campeão brasileiro; o Andrade, que nunca foi técnico, campeão brasileiro; o Washington Rodrigues, que nunca foi técnico e mais, que saiu da cabine da rádio Globo, pra entrar numa roubada como técnico do Flamengo, porque nem técnico o Flamengo tinha.
Eu podia seguir tentando, em vão, explicar o que é o Flamengo. Mas não ia adiantar. Como eu disse, quem viu o jogo de hoje e não entendeu... vai ter que purgar o resto da vida torcendo pelo Arco-Íris.
Parei um pouco. Me lembrei do "Velho Apolo" e decidi dar uma volta pelas esquinas do Google, em busca de algo e de alguém melhor do que eu, como ele, por exemplo, pra quebrar o meu galho nessa frustrada tentativa, e encontrei essa entrevista.
Peço licença ao website "Magia Rubro Negra", que publicou a entrevista. Com todos os créditos, passo a bola para o Fausto Justino, que extraiu esta pérola desta referência rubronegra.
MAGIA RUBRO NEGRA ENTREVISTA: WASHINGTON RODRIGUES (APOLINHO)
POR FÁBIO JUSTINO
24/03/2008, 12:47 PM
Arquivado em: Colunas,Entrevistas,Fla Memória,Notícias Diárias
"Dando início a uma série de matérias bem interessantes o MAGIA RUBRO NEGRA procurou entrevistar os mais diversos tipos de torcedores rubro-negros, sejam eles anônimos ou famosos, o mais importante é que sejam apaixonados pelo MENGÃO.
Para dar início a esta série, trouxemos para você uma empolgante entrevista realizada em agosto do ano passado, o torcedor da vez é o ilustre Washington Rodrigues, mais conhecido como Apolinho.
Leia, curta, , divulgue e “tome cuidado”, o próximo entrevistado pode ser você.
Casado com D. Maria Lúcia, pai de 03 filhos (Patrícia, Washington e Bruno)
Carioca do Engenho Novo, no futebol é Flamengo e no samba é Mangueira.
Mais conhecido como *Apolinho, Washington Rodrigues começou sua consagrada carreira de comentarista esportivo em 1962 na extinta Rádio Guanabara, apresentando o programa “Beque Parado”.
Passou pelas rádios: Nacional, Continental, Tupi e Globo (onde se consagrou como um dos comentaristas esportivo mais importante do Brasil).
Paralelamente as atividades no rádio, Washington Rodrigues trabalhou nas TVs: Excelsior, Educativa, TV Rio, Tupi e Globo, onde além de participar como jurado no programa do saudoso Abelardo Barbosa (O Chacrinha) trabalhou também na produção do programa.
* Os astronautas da Missão Apolo utilizavam um microfone sem fio idêntico ao que Washington Rodrigues usava em 1969, daí o apelido de Apolinho.
Paralelamente as atividades no rádio, Washington Rodrigues trabalhou nas TVs: Excelsior, Educativa, TV Rio, Tupi e Globo, onde além de participar como jurado no programa do saudoso Abelardo Barbosa (O Chacrinha) trabalhou também na produção do programa.
* Os astronautas da Missão Apolo utilizavam um microfone sem fio idêntico ao que Washington Rodrigues usava em 1969, daí o apelido de Apolinho.
Através de um breve telefonema conseguimos marcar este bate-papo para as 11h00 de uma quinta-feira ensolarada no aconchegante prédio da Rádio Tupi no centro do Rio de Janeiro.
Com seu característico bom humor e sua eterna simpatia Apolinho nos recebeu e mesmo percebendo o nosso nervosismo nos deixou bem à vontade para realizar qualquer tipo de pergunta.
Diversos adesivos, fotos e flâmulas espalhados pela parede mostram um pouco da paixão que este belo profissional tem pelo Clube de Regatas do Flamengo, na profissão onde dizem que ser imparcial é quase uma lei, Apolinho dá um chute nessa “máxima” e mesmo assim é respeitado e até mesmo homenageado pelas torcidas rivais.
“Bem, isso foi algo que eu conquistei ao longo de mais de 45 anos de carreira, na verdade assim que você inicia no jornalismo esportivo a tendência é que fique mais perto do clube que ama, mas ao amadurecer profissionalmente eu acabei preferindo cobrir outros clubes ao Flamengo, até para não me envolver emocionalmente mais do que já me envolvo.
Na verdade eu também acabo enxergando o futebol de uma maneira diferente da maioria dos torcedores, não tenho raiva do Vasco, Fluminense ou Botafogo, inclusive um belo dia levei meu filho para ver um jogo entre Vasco x Atlético-PR em São Januário e mostrei a ele o respeito que a torcida cruzmaltina tem por mim.
Outra vez num Vasco x Flamengo também em São Januário, houve uma tentativa da torcida vascaína em invadir o ônibus da torcida rubro-negra, eu estava com o meu carro logo atrás e a polícia na tentativa de impedir a confusão dispararam bombas de gás que prejudicaram minha visão, nesta ocasião os próprios torcedores do Vasco me ajudaram e me levaram até a cabine de rádio, quer dizer, isso você só consegue com muito respeito, sempre os vi como adversários e nunca como inimigos, tenho até um troféu que a Força Jovem do Vasco mandou fazer em minha homenagem” explica Apolinho.
“Eu não sou técnico e nunca fui, mas o Flamengo não me convidou, ele me convocou e todas as vezes que ele me convocar eu vou, pelo Flamengo eu faço qualquer coisa, se o goleiro se machucar e precisar de mim no gol eu vou lá e jogo, pelo Flamengo eu faço qualquer negócio, chamou eu to dentro, qualquer coisa que quiserem eu vou”
É impossível conversar com Washington Rodrigues sem lembrar suas duas passagens pelo FLAMENGO, uma como treinador e outra como diretor-técnico (1995 e 1998). Ao relembrar este fato perguntamos: E se houvesse um novo convite para trabalhar no Flamengo, qual seria a sua resposta? Fomos surpreendidos com uma declaração que deveria entrar para a história do futebol. Com voz forte, olhar centrado e a resposta na ponta da língua ele disparou:
“Eu não sou técnico e nunca fui, mas o Flamengo não me convidou, ele me convocou e todas as vezes que ele me convocar eu vou, pelo Flamengo eu faço qualquer coisa, se o goleiro se machucar e precisar de mim no gol eu vou lá e jogo, pelo Flamengo eu faço qualquer negócio, chamou eu to dentro, qualquer coisa que quiserem eu vou” diz o apaixonadoWashington Rodrigues e ainda complementa
“Naquela época eu contrariei todos os meus amigos e familiares, ninguém apoiava minha decisão de deixar tudo e dirigir o Flamengo, apenas meus filhos incentivavam, eu abri mão da minha vida pelo clube, financeiramente eu quebrei, larguei tudo: rádio, TV, jornal, minha agência de publicidade, levei aproximadamente 3 anos para me reerguer, mas se alguém ligar agora lá da Gávea e disser que precisa de mim, eu largo tudo novamente e vou, Flamengo é Flamengo, Flamengo é minha paixão”.
Ao ouvir isso senti um arrepio, meus olhos se encheram de lágrimas, respirei fundo, fiquei calado por alguns segundos e ainda tive força para comentar aquilo que milhares de rubro-negros devem ter a curiosidade de perguntar ao Apolinho. Falei sobre a narração do Penido no memorável Gol (merece um “G” maiúsculo) do Pet (na final do Campeonato Carioca de 2001) e o que motivou Apolinho a citar (segundos antes do gol) a célebre frase: “E acaba de chegar São Judas Tadeu”.
Com um sorriso contagiante ele me pergunta: “Rapaz, imagine eu dizendo aquilo e a bola não entra. A torcida do Vasco ia me zuar o resto da vida, mas como a bola entrou ficou marcado como uma premonição, mas não deixou de ser né, até então ele havia errado todas as cobranças e é impressionante, eu tinha certeza que ele ia acertar aquela bola” resume o apaixonado Apolinho.
Finalizando a entrevista perguntei: No Bolão do Apolinho qual é a aposta para o Campeonato Brasileiro ?
“Flamengo sempre, se houver 38 rodadas nas minhas apostas o Flamengo é sempre campeão invicto, sem empate, independente do adversário” finaliza Apolinho.
Magia Neles!
Magia Neles!
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