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Petrópolis, Rio de Janeiro, Brazil
Sou um homem comum, carioca, nascido em 12 de outubro de 1954, portanto, com 59 anos, 4 casamentos e até agora, nenhum funeral. Antes de tudo, sou Flamengo. Em seguida, radialista - Cidade, Fluminense, Panorama, Imprensa e (webradios) Radiovitrola e Radionavaranda. Criei, produzi e apresentei os programas Revolution, na Flu; Os Vizinhos Que Se Danem, na Panorama; Radionor Tum Tum, na Radiovitrola; e Pelo Telefone, com Carlos Savalla, na Radionavaranda. Publicitário: redator (criativo,como chamam por aí), consultor de marketing e de planejamento. Fiz parte da equipe de criação e produção do Rock in Rio I, na Artplan, Baterista, letrista, compositor, produtor, roteirista de espetáculos, diretor artístico e de shows, produtor musical e artístico. Finalmente, sou canhoto e, segundo o meu filho, um ótimo pai. Só isso me bastaria.

domingo, 11 de julho de 2010

NSK

Em uma certa noite dos anos 80, ainda antes do advento do CD, um cara chamado Paulo Veiga, vulgo PV, chegou lá no apartamento dos meus pais, onde eu morava, com um LP chamado "Let it Be", de um grupo esloveno chamado Laibach, para me dar de presente. Não lembro se era Natal ou meu aniversário. Um LP fantástico, que trazia um som ainda pouco conhecido entre nós: o Pós-Industrial.

A partir daquele dia e tocando sempre nas rádios por onde passei - e passamos juntos - o Laibach foi ganhando uma certa popularidade de nicho, sim, mas ainda assim, uma certa popularidade.

O tempo passou e fui colecionando outros álbuns da banda até chegar a sua história. Os caras pareciam ter passado do ponto e partido para o nazismo declarado. Fiquei meio emburrado e me afastei do que imaginava ser um lance meio perigoso para as gerações que se formavam.

Ainda assim não me furtei a mostrar o trabalho dos caras para o Victor - meu filho - enfatizando os dois lados do grupo: o lado artístico e musical, muitíssimo interessante; e o outro, o lado racista, político, que deveria ser evitado a todo custo, como influência.

Hoje recebi um scrap, que diz o seguinte:


Sr Séijo, hoje estava me lembrando de quando você me disse que havia deixado de gostar do Laibach por causa da mensagem que eles passavam. Por curiosidade procurei saber sobre eles, porque gostei de um disco ou outro...
Dá uma lida ai e vê o que acha...
http://ahoradosassassinos.blogspot.com/2010/03/laibach.html
Achei bacana o interesse dele e fui lá no link para ler a respeito. Como nessa vida a gente tá sempre vivendo e aprendendo, aproveito e repasso o que aprendi sobre a verdadeira história do Laibach, que segue censurado e impedido de se apresentar em diversos países da Europa e da América.


TERÇA-FEIRA, 9 DE MARÇO DE 2010

LAIBACH










“A música pop é para cordeiros, e nós somos os pastores disfarçados de lobos...”
O que é o LAIBACH ?

Uma banda cujos integrantes usam uniformes militares com músicas de forte conotação política, formalmente acusados de fazer apologia ao fascismo, ser de extrema direita ou extrema esquerda, com influências de Richard Wagner, porém fazendo covers de Beatles, Rolling Stones e Queen!! Esta é a grande e assustadora contradição chamada 
LAIBACH. Aliás, o nome já é uma provocação: tendo surgido na Eslovênia, a banda adotou o nome dado pelos alemães a capital Ljubljana quando Hitler ocupou o país. LAIBACH é guerrilha artística, uma afronta ao poder.

Subverter elementos da cultura pop a uma estética fascista, transformar conceitos da música clássica em experimentações tecnopop, questionar a democracia ocidental com a vulgarização de seus símbolos patrióticos. Esta parece ser a máquina de criar ambiguidades usada pela banda, o que gera interpretações equivocadas. De fato, o 
LAIBACH é a banda mais polêmica e difícil dos últimos anos. Na Polônia foram chamados de comunistas, nos Estados Unidos foram proibidos de entrar, considerados comunistas radicais, e em outras partes da Europa, considerados nazistas. Eles criaram um Estado que não tem fronteiras e pode coexistir pacificamente dentro de qualquer país, o NSK, que tem cidadãos por todo mundo.

LAIBACH é uma instituição, um grupo de guerrilha artística, um Estado, e uma grande ironia, um chamado ao despertar do homem moderno para a mentira de nossas democracias e sistemas liberais, suas ambiguidades tem por objetivo mostrar que em meio aos Estados democráticos existem ditaduras totalitárias disfarçadas e ocultas, cujos símbolos a linguagem pop utiliza como armas para nos escravizar. Suas músicas marciais nos chamam para a guerra. Uma guerra talvez mental.
História:


A banda 
LAIBACH foi formada em 1980 em Trbovlje, uma cidade industrial de mineração de carvão no centro da Eslovênia (YU).

Após sua fundação o grupo preparou seu primeiro projeto multimídia "Red Districts" concebido para desafiar as marcantes contradições políticas que haviam em Trbovlje naquela época. O projeto foi suspenso antes da abertura, o que impediu a primeira aparição pública do grupo, mesmo assim houve uma furiosa crítica da mídia. O 
LAIBACH ressurgiu em 1982 com seu primeiro show em Ljubljana e depois em shows pela Iugoslávia (Zagreb, Belgrado) e uma participação no festival New Rock no centro de Ljubljana. Em 23 de junho de 1983 a banda fez sua primeira aparição na televisão em entrevista ao noticiário político "TV Tednik". A entrevista provocou inúmeras críticas e foi seguida de uma proibição político/administrativa de aparições públicas da banda e do uso do nome LAIBACH.

Em Novembro e Dezembro de 1983 ocorreu a primeira turnê europeia do grupo, a "Occupied Europe Tour" (com a banda inglesa Last Few Days). Em 17 dias eles percorreram 16 cidades em 8 países na Europa ocidental e oriental. A banda fez uma bem sucedida aparição anônima no Malci Belic Hall, em Ljubljana, em Dezembro de 1984. Em abril de 1985 saiu o primeiro album do 
LAIBACH, pelo selo Esloveno Ropot. Por causa da proibição, o disco foi lançado sem o nome da banda, em vez disso a capa trazia um símbolo, que se tornaria sua marca.

O album de 1985 "Rekapitulacija 1980-1984", pelo selo independente de Hamburgo Walter Ulbricht Schallfolien foi o primeiro disco da banda a ter lançamento internacional. Depois veio "Nova akropola", album de 1986 que saiu pelo selo Britânico independente Cherry Red, em seguida o grupo foi contratado pela Mute Records, de Londres. "Opus Dei", lançado na primavera de 1987, foi o primeiro album pela gravadora. A reprodução de uma suástica feita com machados na capa do disco causou escândalo nos círculos politicamente corretos, até que os mais atentos divulgaram a informação de que este símbolo foi retirado do trabalho de um artista dadaísta, ativista anti-nazi, chamado John Heartfield.

Em fevereiro de 1987 eles fizeram o primeiro show na Eslovênia desde 1984, o primeiro show oficial desde a proibição de 1983. O lançamento de "Sympathy For The Devil", em 1989, foi seguido por uma turnê pela Europa e Estados Unidos. Em 26 de dezembro de 1990 a banda se apresentou na estação termo-elétrica de Trbovlje, sua primeira apresentação em sua cidade natal desde o (abortado) projeto de 1980. O show comemorou o décimo aniversário do 
LAIBACH e a fundação do Estado NSK.

Em 1984 o 
LAIBACH criou (em parceria com o grupo de pintores Irwin e a companhia teatral Scipion Nasice Sisters) um amplo e informal movimento estético chamado NSK (Neue Slowenische Kunst, Nova Arte Eslava). Hoje os principais grupos do NSK são: LAIBACH, Irwin, Noordung, New Collectivism Studio, o Department of Pure and Applied Philosophy, e uma numerosa quantidade de subdivisões que surgem e desaparecem de acordo com a necessidade. O NSK teve uma grande importância nos anos oitenta, pelo menos na ex-Iugoslávia e na Eslovênia, e cresceu nos anos noventa com o estabelecimento do Estado NSK, com seus próprios passaportes, proclamações, embaixadas, consulados, bandeira, selos, etc. O LAIBACH reside e atua em Ljubljana. Formação:

Em 1978 Dejan Knez formou sua primeira banda: Salte Morale. Basicamente, a Salte Morale foi a primeira formação do 
LAIBACH. Nas férias de verão de 1980 o pai de Knez, o famoso pintor Sloveno Janez Knez, sugeriu que a banda mudasse o nome para LAIBACH. Esta formação incluía Dejan Knez, Srečko Bajda, Andrej Lupinc, Tomaž Hostnik e Bine Zerko. Logo após isso, o primo de Knez Ivan (Jani) Novak e Milan Fras ingressaram na banda. Nesta primeira fase LAIBACH era um quinteto, mas logo depois foi declarado que a banda tinha apenas quatro membros. Ás vezes esses quatro integrantes eram designados pelos seus pseudônimos: Dachauer, Keller, Saliger e Eber. Dos anos 80 até os 90 os quatro integrantes eram: Dejan Knez, Milan Fras, Ervin Markošek e Ivan (Jani) Novak. De tempos em tempos, algumas outras pessoas, como Oto Rimele (da banda Lačni Franc), Nikola Sekulović, famoso baixista do grupo Demolition, e vários outros músicos, como a cantora eslovena Anja Rupel, participaram do LAIBACH.



Discografia:


LAIBACH
Ropot, 1985 (1995), Ljubljana 
REKAPITULACIJA 1980-1984
Walter Ulbricht Schallfolien, 1985 (1987), Hamburg 
NEUE KONSERVATIW (Live)
Semi legal, 1985, Hamburg 
NOVA AKROPOLA
Cherry Red, 1985 (1987), London 
THE OCCUPIED EUROPE TOUR 83-85 (Live)
Side Effects Rec., 1986 (1990), London 
OPUS DEI
Mute Rec., 1987, London 
SLOVENSKA AKROPOLA
Ropot, 1987 (1995), Ljubljana 
KRST POD TRIGLAVOM - BAPTISM/Klangniederschrift Einer Taufe
Walter Ulbricht Schallfolien, 1987, Hamburg (Sub Rosa, 1988, Brussels) 
LET IT BE
Mute Rec., 1988, London 
MACBETH
Mute Rec., 1990, London 
SYMPATHY FOR THE DEVIL
Mute Rec., 1990, London 
KAPITAL
Mute Rec., 1992, London 
LJUBLJANA - ZAGREB - BEOGRAD
The Grey Area/Mute Rec., 1993, London 
NATO
Mute Rec., 1994, London 
OCCUPIED EUROPE NATO TOUR 1994-95
The Grey Area/Mute Rec., 1996, London 
JESUS CHRIST SUPERSTARS
Mute Rec.,1996, London 
LAIBACH
NSK Recordings,1999, London 
THE JOHN PEEL SESSIONS
Strange Fruit, 2002, London 
NEUE KONSERVATIW (reissue)
Cold Spring Records, 2003 
WAT 
Mute Rec., 2003, London 
ANTHEMS (double CD release with booklet)
Mute Rec., 2004, London 
VOLK
Mute Rec., 2006, London 
LAIBACHKUNSTDERFUGE 
Mute Rec., 2008, London
Projeto em andamento: WOLKSWAGNER
Baseado nas obras de Richard Wagner Overture To The Tannhäuser e The Singers' Contest At The Wartburg, Sigfried-Idyll e The Ride Of The Walkyries, em colaboração com a Symphonic orchestra RTV da Eslovênia, composta e conduzida por Izidor Leitinger, 2009 – Gallus Hall, Cankarjev Dom - Ljubljana, Eslovênia

Comece a ouvir 
LAIBACH com o disco OPUS DEI

Fonte: Site oficial 
LAIBACH, Blog NSK






2 comentários:

  1. O melhor investimento que um pai pode fazer é na educação dos filhos.

    Essa é uma verdade consagrada universalmente , mas que na prática quer dizer coisas muito diferentes para cada pai.

    Para mim educação não é apenas o adestramento básico de escovar os dentes todo dia ou atravessar a rua no sinal vermelho ( embora isso seja óbviamente importante), muito menos ainda o pagamento de escolas particulares de "bom nível" que hoje servem únicamente para a socialização de crianças criadas num mundo onde a informação está disponível instantaneamente à qualquer tempo.

    Educação de filhos para mim e para o meu compadre é apresentar críticamente aos filhos o que nós conhecemos do mundo. Passar adiante a nosssa experiência , sem jamais querer fazer a cabeça de ninguém.

    Seria ótimo se isso garantisse também boas receitas financeiras no futuro , porque nos deixaria mais tranquilos ,pais que somos sempre preocupados com a felicidade dos filhos. Mas acho que essencialmente fazemos isso por um motivo bem mais egoísta.

    Porque filhos criados como os nossos , com a transmissão do conhecimento dos pais e a liberdade de olhar críticamente esse legado, formam pessoas que são antes de tudo uma boa companhia para nós e uma fonte inesgotável de renovação.

    Na última sexta -feira tive o prazer de verificar na prática que como o meu investimento , que já rende frutos faz tempo, o do Serginho também está se pagando com juros brasileiros e correção monetária generosa. O Víctor é uma excelente companhia, e como prova essa missiva abaixo , será uma fonte inesgotável de renovação para o seu pai.

    Porque o prazer da convivência com os filhos é a maior alegria que um pai pode ter na vida, o resto é definitivamente acessório.


    Beni

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  2. Bom... ajeitando o pigarro, desembargando a voz, acertando a pose e enxugando as lágrimas, eu preciso começar dizendo que você me fez perder o rumo e chorar na frente da Christina e da Cassia. Não que seja uma coisa absurda ou impossível, mas o fato é que ambas sempre me vêem de um jeito moleque, brincalhão e principalmente iconoclasta.

    Beni, meu querido amigo e compadre. Suas palavras, sinceramente, me aliviam de um peso absurdo que raras pessoas, mesmo próximas, sabem que eu carrego.

    Ao longo de todo este tempo, tenho procurado criar o meu filho da maneira mais limpa - em dignidade - e transparente - em possibilidades. Sempre fui e sou criticado, muitas vezes, por priorizar coisas "idiotas e desnecessárias". Convidá-lo ao debate e deixá-lo debater tem sido prioridade.

    Não estou aqui pra ditar regras nem me desculpar, mas o fato é que jamais em toda a minha vida poderia imaginar que alguém, fosse você, um reconhecido conhecedor de cultura e principalmente da cultura musical; fosse o PV, que me apresentou ao Laibach, ou quem quer que seja fosse deixar de se ater ao assunto Laibach, ou seja música, movimento ideológico, político etc, para perceber e exaltar o aspecto da educação que dei e procuro sempre continuar dando ao meu filho.

    Quem tem Orkut poderá ler, tanto no meu, quanto no dele - e ele deixou lá no dele porque quis - um depoimento escrito por mim, para ele, sobre o que é ser pai. Se alguém quiser, eu pego lá e colo aqui, mas não vem ao caso, o fato é que a nossa conversa naquele boteco, na sexta-feira me fez aceitar e admitir uma série de coisas sobre mim e o meu papel de pai, que nem sempre são visíveis a todo mundo.

    Valeu.

    Um beijo do compadre.

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